Dicas de Discos do Mês: Fevereiro/2022

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de fevereiro de 2022.

Gilsons – Pra Gente Acordar

Apesar de já figurar como uma das grandes promessas da música brasileira desde 2019, este é apenas o primeiro álbum do trio Gilson, formado por dois netos e um filho de Gilberto Gil. Seu mérito é fazer com que sua música soe mais alto que o sobrenome da família. O álbum traz a sonoridade característica dos trabalhos anteriores: percussão de música africana com beats eletrônicos e violão à la nova MPB – tudo isso com muito reverb para trazer ambiência. Mais um acerto para a conta da banda. (Nuno Nunes)

Black Country, New Road – Ants From Up There

Apenas um ano após ter lançado seu trabalho de estreia, Black Country, New Road volta ainda mais intenso neste álbum. No instrumental, Ants From Up There traz elementos que vão do jazz ao pós-punk, enquanto as letras expressam a melancolia e a urgência juvenil dos membros da banda, sobretudo do vocalista Isaac Wood, que anunciou a sua saída do grupo dias antes do lançamento deste segundo álbum. (Thaís Ferreira)

Fernando Catatau – Fernando Catatau

Um álbum focado na dramaticidade, que chega a ser teatral e, em alguns momentos, perturbador. O primeiro da carreira solo do artista conhecido pelo trabalho com Cidadão Instigado traz um vislumbre de uma mente confusa e agitada. São retalhos de memórias, reflexões, sentimentos que se amarram em uma interessante obra imersiva. (Guilherme Gurgel)

Cate Le Bon – Pompeii

Gravadas durante um dos picos da pandemia, as faixas de Pompeii expressam medo e esperança, caos e controle. Em uma junção muito coesa, elas compõem um álbum exploratório e imersivo que mantém a atmosfera pós-punk e absurda de Cate Le Bon. Um ótimo álbum para conhecer e mergulhar no som único da artista. (Marília Ferruzzi)

Spoon – Lucifer on the Sofa

Spoon tem uma discografia bem ampla e consistente, que chegou até à experimentação eletrônica em Hot Thoughts (2017), mas agora o grupo deixa a vibe futurista e retoma a crueza do rock clássico com Lucifer On The Sofa. O ritmo enérgico e potente do álbum vem das guitarras afiadas, batidas bem marcadas e dos vocais rasgados de Britt Daniel. A banda prova que até a opção mais rústica pode ser distintamente inventiva. Ouça The Hardest Cut! (Bruno Maroni)

Gloria Groove – Lady Leste

Aqui temos um dos trabalhos mais representativos do pop brasileiro atual. Ao formatar suas influências em embalagem hyperpop, Gloria entrega uma coleção de potenciais hits (alguns já estabelecidos, como o single “outkastiano” A Queda) com pés fincados no imaginário musical de qualquer brasileiro médio que vivenciou as últimas décadas: rap, pagode, funk, pop rock, eletrônico. Belo exemplo de pop brasileiro contemporâneo. (Eduardo Yukio Araújo)

Big Thief – Dragon New Warm Mountain I Believe in You

Acho que muitos leitores já experimentaram o medo na espera de um lançamento de uma de suas bandas favoritas. Minhas expectativas para esse álbum eram altas e o receio da frustração, maior ainda. Mas fui surpreendida pela qualidade do trabalho de um Big Thief que ousou experimentar musicalmente, sem abandonar a beleza e a profundidade das letras de Adrianne Lenker. Meu favorito do ano até aqui! (Marília Ferruzzi)

Sevdaliza – Raving Dahlia

Em seu terceiro álbum, Sevdaliza continua a criar atmosferas majestosas. Arriscando um som mais comercial, a artista não deixa de fazer um “pop robótico”. Em Raving Dahlia, ela é metade mulher, metade máquina. Nas composições, Sevdaliza ressalta um processo de emancipação, que vem acompanhado de uma voz marcante, com um sotaque inconfundível. (Guilherme Gurgel)

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