Dicas de Discos do Mês: Agosto/2023

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de agosto de 2023.

Iza – AFRODHIT

Após cinco anos, Iza apresenta treze músicas inéditas em um novo álbum. Com participações de MC Carol, Djonga e L7nnon, o disco utiliza variedades de ritmos e influências, desde o funk, o R&B e ritmos africanos para falar de amor e desamor, sobretudo relacionados ao fim recente do seu casamento. Com imagens sensuais e referências africanas e poderosas, ela encarna a deusa do amor de uma forma encantadora. (Rafaela Valverde)

VHOOR – Maré

Acima de qualquer coisa, o novo EP do produtor carioca é gostosinho. Digo, ele não é recheado e super preenchido, como se fosse algo pronto. Ele é gostosinho: ele pinta na sua cabeça uma laje numa tarde de sol, uma faixa de areia na praia com uma galera jogando bola enquanto o sol vai baixando, e o que torna a experiência realmente boa é quando você se imagina nesses lugares com uma cerveja gelada na mão. É gostosinho não no sentido de consumir, mas no sentido de estar, de fazer parte. (Vítor Henrique Guimarães)

Victoria Monét – Jaguar II

Você conhece essa artista mesmo se não souber seu nome: Ela é compositora de hits cantados por Ariana Grande, Fifth Harmony, Selena Gomez e outras vozes femininas do pop. Este seu segundo álbum autoral mostra uma artista mais do que pronta para conquistar seu espaço na produção contemporânea, com um R&B arrojado e divertidíssimo. Imperdível. (André Felipe de Medeiros)

Uncle Waffles – SOLACE

Tida como a Princesa do Amapiano, um dos gêneros de música eletrônica africana que mais tem conquistado o mundo nos últimos anos, a cantora de Essuastíni (ex-Suazilândia) lançou nesse ano um projeto duplo: ASYLUM, lançado em março, e SOLACE, que saiu agora em agosto. Ela assina a produção do álbum, mas também convidou uma pá bem cheia de convidados.  (Vítor Henrique Guimarães)

Myst Milano – Beyond The Uncanny Valley

Não tem um mísero segundo no novo trabalho da cantora canadense que não te cause uma sensação de ser abduzido pra uma pista de dança. Seja pelas faixas com produção mais puxada pro drum’n’bass, seja por aquelas mais ligadas no house, o álbum induz o ouvinte uma experiência que o faz especular o quanto seria legal saber dançar muito bem, como se o arco da sua temporada fosse um filme da franquia Se Ela Dança, Eu Danço. (Vítor Henrique Guimarães)

Clarice Falcão – Truque

Fãs daquela Clarice de Tem Conserto não tem do que reclamar com mais um álbum construído em uma estética eletrônica – ora dançante, ora contemplativa – que ampara muito bem o universo de sua lírica. Ela vai do bom humor que a projetou em todo o país no passado àquela melancolia que pautou também o disco anterior, e o resultado é uma obra completinha e, apesar do título, bastante honesta. (André Felipe de Medeiros)

Jão – SUPER

Após trabalhar terra, ar, água, o músico encerra um ciclo de quatro álbuns com uma obra que representa o fogo. Amadurecimento é uma das palavras com as quais é possível descrever este novo trabalho, que dialoga com sensualidade e autoestima, o disco se tornou a melhor estreia brasileira na história do Spotify Brasil em seu lançamento (recorde quebrado duas semanas depois por Luísa Sonza), o que consagra o artista em seu estilo, e se mantém como essência principal da sua música e poesia. (Rafaela Valverde)

Martin Miguel Almagro Tonne – Perita

Essa dica aqui é para ouvidos e cérebros que gostam de ser desafiados: Seja pela escolha da produção em relação às texturas dos instrumentos, seja pelo abuso de marcação de tempo incomuns, ou pela proposta tentar costurar elementos de gêneros como o shoegaze, o pop, o rock psicodélico – tendo sempre o jazz como mandante do jogo, muitas vezes de uma forma lindamente free. Um surpreendente álbum pro jazz escandinavo. (Vítor Henrique Guimarães)

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

Comments are closed.

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.