Dicas de Discos do Mês: Abril/2020
Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, começa aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.
Mês a mês, os pavezeiros indicarão obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.
Eis as dicas de abril de 2020.
Lido Pimienta – Miss Colombia
Consciente de sua potência vocal e criativa, Lido Pimienta apresenta um álbum bonito, sensível e denso. Os encontros, os conflitos e as dores ganham várias camadas – sejam elas sonoras ou visuais – do pop às experiências eletrônicas, passando pelo R&B e pela música latina. Entramos no disco com o Sol e saímos com a Lua, certos de que será necessário voltar ao início e viver as narrativas apresentadas mais algumas vezes. (Letícia Miranda)
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Car Seat Headrest – Making a Door Less Open
Considerando o tempo em que Car Seat Headrest era um projeto solo do seu vocalista Will Toledo (desde 2010), a banda, que virou uma banda de fato em 2015, está completando 10 anos. Para entender um pouco do novo trabalho, Making a Door Less Open, precisei revisitar a discografia do grupo. O rock alternativo que conhecemos, principalmente em Teens of Denial, dá lugar a outro tipo de música alternativa: a eletronic dance music, ou EDM. A mudança de direção surpreende, com os seus altos e baixos. Tudo ainda parece estar no campo da experimentação. Se essa é a porta de entrada de um novo caminho, ainda não sabemos dizer. (William Nunes)
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Vivendo do Ócio – Vivendo do Ócio
Após cinco anos sem lançar um registro cheio, a banda Vivendo do Ócio retornou no dia 10 de Abril com um disco homônimo. Três músicas já eram conhecidas do público, Il Tempo, Muito e Cê Pode. O álbum nos entrega críticas tanto sobre a “família tradicional brasileira” quanto ao “tribunal da internet”. As melodias carregam riffs mais pesados, mas também flertam com o reggae e o new soul. Destaque para a faixa Evolução. (Lucas Gabriel Bosso)
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Ludmilla – Numanice
Desde que o público entendeu que Ludmilla tinha o “cantar pagode” como um talento escondido, a cantora foi incentivada (para não dizer “pressionada”) a um lançamento dentro do gênero. Após uma dupla de faixas ao vivo, a carioca entregou Numanice, uma coleção romântica, melancólica e pronta para uma roda entre amigos na laje de casa (saudades desse rolê, hein?). Ao entregar o que queríamos ouvir, Lud reservou algumas surpresas, como o sampler de Best Part em Te Amar Demais e uma nova versão para Pôr do Sol na Praia. (André Felipe de Medeiros)
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Tom Misch & Yussef Dayes – What Kinda Music
What Kinda Music une a potência criativa de Tom Misch e de Yussef Dayes, apresentando uma colaboração envolvente e fértil. O disco explora o reverb como uma possibilidade de levar os instrumentos e as faixas até o limite, esticando e ampliando os ambientes sonoros. A cena do jazz do sul de Londres é uma presença importante dentro desse trabalho. O saxofonista Kaidi Akinnibi e do baixista Rocco Palladino contribuem para o crescimento das músicas – como ocorre em Lift Off e em Storm Before the Calm. (Letícia Miranda)
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Peach Pit – You and Your Friends
No dia 3 de abril, os canadenses da Peach Pit lançaram seu segundo disco de carreira, You and Your Friends. Um dos maiores feitos desse álbum é a construção da identidade da banda no indie rock, com melodias dançantes e, ao mesmo tempo, relaxantes que nos remetem ao seu primeiro trabalho, Being So Normal (2017). As letras intimistas versam sobre questões naturais a qualquer ser humano. Destaque para música Shampoo Bottles. (Lucas Gabriel Bosso)
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The Strokes – The New Abnormal
Aaah, The Strokes! Aquela banda que amamos, a quem já chamamos de a salvação do rock, pela qual pedimos para voltar no tempo por conta de uma insaciável nostalgia, aquela banda que até mesmo já enterramos. A verdade é que The Strokes, finalmente, depois de muito tempo, olhou para o agora. Sim, é verdade que as novas músicas tem um climinha gostoso dos anos 80, mas, pela primeira vez em anos, o quinteto parece realmente se entender enquanto um grupo. Algo que, consequentemente, nós gostamos. Esqueça o passado, deixe o futuro para depois e aproveite o presente que é The New Abnormal. (William Nunes)
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Fionna Apple – Fetch the Bolt Cutters
É chover no molhado incluir em uma seção de Dicas aquele que foi o disco mais ouvido e comentado do mês? Talvez, mas não tem como não mencionar um trabalho dessa magnitude (e você que está lendo aqui e já ouviu o álbum certamente concorda). Em seu primeiro lançamento em oito anos, Fionna Apple dita as próprias regras de composição, arranjo, produção e interpretação, sem economizar força e personalidade. O resultado é o trabalho mais íntimo de uma artista que sempre produziu com sua alma à frente. (André Felipe de Medeiros)
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