Destaque 2010: Local Natives

Para os desacostumados com a cena indie, o som dos Local Natives pode parecer inovador. Para os mais atentos e/ou inteirados, entretanto, o quinteto californiano se destaca pela excelente musicalidade em composições que equilibram bem a emoção e a sonoridade descompromissada, que parece não se esforçar para ser tão boa.

Mas o fato é que quem ouve o álbum de estreia do grupo, Gorilla Manor, é pego de surpresa pela arquitetura das canções que misturam influências tão diversas, do afropop ao rock, sem se perder em meio a tantos sons diferentes. Por mais megalomaníaca que soe a comparação, é como uma Dave Matthews Band no início da carreira, sem a influência do jazz e sem o violino e sax.

Das 12 faixas do disco, Airplanes se firma como uma das canções mais bonitas do ano. Antes dela, Wide Eyes cumpre bem seu papel de abrir bem o álbum, que mantém um ritmo regular (com destaque também para a cover dos Talking Heads, Warning Sign) até a sequência final com Stranger Things e Sticky Thread, que encerram de maneira emblemática o primeiro trabalho da banda que, com um som tão consistente, não precisa se esforçar para ser um dos maiores destaques do ano.

Sun Hands (ao vivo no Interface)

Who Knows, Who Cares

Airplanes (versão acústica e inusitada)

Cecilia (cover acústica de Simon & Garfunkel, não inclusa no disco)

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