Cultivando Arte com Dom de Oliveira

dom de oliveira

Conheci Dom de Oliveira quatro vezes diferentes. A primeira foi através de um email dele apresentando sua arte (porque aqui é um daqueles casos que falar “só” “música” não seria o suficiente, já que o cara é um artista por completo não só no criar, mas no pensar, sentir e viver também), a segunda vez foi quando ele entrou para a equipe Música Pavê (grande honra!), a terceira foi no mês passado, quando finalmente nos vimos pessoalmente e a quarta foi ao ouvir seu Mercado das Flores, disco que resume e, de certa forma, conclui o arco do meu processo de conhecê-lo – já que é uma experiência diferente ter contato com a obra de alguém antes e depois de conhecer a pessoa, quanto mais uma obra diferente das outras que já fez.

É o caso aqui. Dom migrou de sua poesia lo-fi (como ele a chamava) para os novos ares da cidade grande com um trabalho em estúdio. O mais interessante, e mais precioso também, é que os deslocamentos, tanto nos formatos de gravação quanto o geográfico (ele veio de São José dos Campos para a capital paulista), não mudaram sua maneira de tratar sua arte. Influenciaram, enriqueceram, mas preservaram a essência.

Vi ele passar meses regando e cultivando as ideias que tomaram forma nessa semana, quando o EP foi lançado, tratando com carinho todo um jardim de ideias e belezas. Como ele mesmo explica: “As flores que estou vendendo são as minhas canções e poesias. Elas significam muitas coisas para cada uma das pessoas que tomam contato direto com elas, vai depender de seus estados de espírito e visão de mundo”.

Dom aprecia o singelo, o prosaico, e encontra ali dimensões que nem todo mundo percebe. Esses estados de espírito e visões de mundo parecem ser assuntos que ele não apenas domina, mas também neles encontra inspiração. E é por isso que um EP desses (que anuncia um álbum inteiro que será lançado em breve), feito com um formato diferente do que ele vinha fazendo, em uma nova fase de vida, acaba revelando mais um lado do Dom que já conhecíamos – e, como todo artista, ele possui vários.

“Eu faço música para libertar o poeta insatisfeito, o bêbado mal amado, o amante desiludido, o folião divertido, o músico andante, o mochileiro, o amigo confidente, o sonhador desvalido, os vários Dons de Oliveira que vivem dentro de mim”, ele afirma. “Faço música como quem precisa respirar, como quem precisa comer antes da fome, como quem anda no deserto e procura água. Música e poesia são particularidades indissociáveis de mim e lutam para ter voz. Eu faço música para dizer que estou vivo”.

Saiba como baixar Mercado das Flores no site de Dom de Oliveira.

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Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.