Cinco Músicas Brasileiras Mais Bonitas de 2017

Mais um ano elegendo as cinco músicas brasileiras mais bonitas, mais um ano deixando claro na introdução que “bonitas” é um conceito muito subjetivo e cada um vai ter o seu, porque nossa definição de “beleza” é bastante pessoal. Ainda assim, isso não impede que, na intenção de espalhar inspiração e boa música, algumas delas sejam agrupadas – e é exatamente o que é feito aqui pelo sétimo ano consecutivo.

Em um 2017 sobrecarregado de tensão aqui, desgosto ali, nossos favoritos (os de sempre e alguns novos) continuaram embelezando nosso dia a dia com músicas que preenchem a alma, aqueles sons que a gente sente com o corpo inteiro para além da duração da faixa. Algumas você deve ter ouvido e visto o clipe, outras podem ser grandes tesouros para você descobrir agora.

Como sempre, a lista começou grande e, peneira após peneira, finalmente sobraram só cinco, que, de experiências de audição tão belas, merecem aqui os nossos adjetivos, superlativos e louros – que nada mais são do que uma forma de agradecer aos músicos por tudo o que vivemos com elas nesses últimos meses.

(Veja também as listas de 20162015201420132012 e 2011)

Tim Bernardes – Ela

A música é sim sobre Ela, sobre alguém que já “sentiu mais do que aguentava” e agora sobrevive com esse peso, mas é também sobre um eu-lírico que enxerga a personagem para além de suas aparências e não deixa de dialogar com essa sua nova fase. Em um formato voz e violão bem diferente da grandiosidade que domina Recomeçar, Tim nos entrega também o momento mais bonito de um disco responsável por alguns dos mais belos sons do ano.

Vanguart – E o Meu Peito Mais Aberto que o Mar da Bahia

Hoje um quarteto, o grupo já havia antes mostrado sua fluência na grandiosidade romântica, e caprichou ainda mais desta vez com uma canção tão calorosa, sorridente e cheia de pequenas surpresas, carisma até no título. Há também um quê de canção à moda antiga, aquele espírito de baladas para os grandes palcos, ou de uma era do rádio que nós só ouvimos falar, o que lhe confere ainda mais charme. “Apaixonante” é pouco.

Maglore – Eu Consegui

De longe a mais “etílica” de toda a lista, eis uma música que traz Maglore em um de seus melhores momentos em uma canção lamentosa em sua psicodelia, de uma melancolia vertiginosa e cambaleante, e, ainda assim, tão divertida quanto bela – do tipo que te faz querer cantar bem alto no refrão enquanto morre de medo de passar por isso também (ou chora junto por ter passado alguma(s) vez(es)).

Gui Hargreaves – Fim do Sem Fim

Já o músico mineiro parece ter seguido um espírito barroco em sua música, na qual composição e arranjo parecem se desenrolar em uma espiral sempre crescente, para muito além das caixas de som ou fones de ouvido. Ela carrega muita liberdade criativa, muita saudade, muitas dores e muitas delícias do ser, uma verdadeira catarse em menos de três minutos. Estonteante.

Tuyo – Amadurece e Apodrece

E essa aqui saiu no finzinho do ano, mas veio com beleza e com significado para uma vida inteira: Amadurece e Apodrece canta uma poesia bastante abstrata, alguns podem achá-la até “vaga”, mas do tipo que você consegue projetar sem dificuldades em alguma situação que já viveu ou evitou viver. Chega lá no clímax da música, seus olhos já estão fechados, acompanhados de tantos arrepios, mesmo na décima audição. Melhor ainda do que clássica: Muito “bonita”.

Veja também as listas de 20162015201420132012 e 2011

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