Cinco Fãs de Música que Não Queremos Por Perto

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(Foto de Gabriel Quintão)

Todo mundo tem seu jeito de curtir música, mas a minha liberdade de aproveitar um show ou um disco vai até onde começa a sua inevitável raiva se eu estiver sendo um mala.

Dentre muitos os perrengues que passamos indo atrás de nossos deleites musicais com outras pessoas por perto, alguns tipos insuportáveis de fãs se destacam em shows, baladas ou pela própria Web.

Por favor, não seja um destes.

##O Fã de Covers

É claro que é legal ver uma música que você conhece de um jeito sendo cantada de outro por alguém diferente (sabemos bem disso, versões cover fazem parte aqui do site desde o comecinho). Só que uma coisa é você se divertir com isso, outra é você ir atrás disso vorazmente.

É a menina que coloca no Facebook um link de um carinha cantando na webcam no YouTube e diz “meu, melhor versão” – fazendo com que o autor queira entrar em um túmulo só pra poder rolar em um -, ou o cara que passa o show gritando seus pedidos de músicas de outras bandas – o sujeito que já entrou pro nosso folclore de malas como o “toca Raul”.

Insuportável.

##Quem Precisa Ficar na Grade

Ok, vamos perdoar quem é fã de uma banda desde criancinha e tem agora, pela primeira vez, a oportunidade de estar perto dos músicos e quer estar lá na frente. O problema é a necessidade que muitos tem de ser o primeiro na frente do palco em qualquer show.

Em minha experiência, esse é sempre o último a chegar em um show individual (e vai empurrar todo mundo até conseguir ir pra grade) e o primeiro a estar lá quando é um festival (e vai ficar guardando lugar lá na frente, incomodando todo mundo até a hora de ver a única banda que queria – provavelmente a últiima).

Lastimável.

##O Perdido no Tempo

“Affe, que ano é hoje?” – no momento, é 2014, cara, e eu tenho uma biblioteca física e outra digital com coisas recentes e outras que acumulei durante a vida, justamente pra poder ouvir o que eu quiser quando quiser. Música não tem data de validade pra você exigir que todo mundo ouça só o que acabou de sair. Amigo, você está tão imerso em uma mentalidade de mercado que provavelmente mal aproveita a arte, a poesia da coisa. Sinto muito.

O mesmo vale para o oposto, o cara saudosista demais. O melhor disco é o primeiro que a banda fez, a melhor música é a do passado e nada feito hoje em dia presta. Percebo que rola um grande apego emocional nisso, o que faz com que todas as ações e reações também sejam muito sentimentais: Ele fica agressivo quando conversa sobre música, melancólico ao falar dos seus favoritos e eufórico quando encontra outro nostálgico.

Ambos incomodam muita gente.

##Quem “Tem” Muita Música

Isso é algo quase divertido de testemunhar, por mais irritante que seja às vezes: Vá em qualquer balada dessas focadas em música e espere dar umas 4 ou 5 da manhã, um horário em que o pessoal já bebeu mais que o suficiente e o DJ tá com preguiça de bolar algo e manda só hits. Uma frase ecoa pelo espaço nos primeiros acordes de cada faixa: “É minha música!”.

Não, cara, essa música não é tua, principalmente se você fala isso sete vezes por noite. Você tá aí achando que possui muita coisa se declarando pra tantas de uma só vez e indo embora sozinho, mas não se esqueça que tem alguém em casa que cultivou um relacionamento duradouro com uma só que dorme tranquilo e bem acompanhado enquanto você não tem sossego.

É triste – pra ele e pra quem está em volta.

##O Hater

Os fãs de música podem ser divididos em dois grandes grupos, um com atitude positiva e outro negativa. O primeiro grupo ama aquilo que ouve e faz questão de mostrar pro mundo seus preferidos. O segundo faz o oposto. Pra esse pessoal, o mais importante é deixar bem claro pra todo mundo aquilo que não ouve. Mas não apenas passa longe, fica pra falar mal.

Parece-me que são pessoas com uma identidade um tanto frágil, por isso precisam esclarecer pra todo mundo que ele ou ela nunca seria alguém que ouviria tal banda, presumindo que seu público é formado por pessoas assim ou assado com as quais não quer ser associado. Só que o cara se empenha nisso, sabe? Se ele ouvir falar o nome do cantor, ele precisa proclamar seu ódio. Se alguém tá curtindo um disco, é necessário buscar argumentos pra dizer que aquilo é ruim. São pessoas que não querem que os outros ouçam coisas boas, querem é que eles continuem escutando aquilo pra que haja negatividade.

Daria raiva se não desse tanta dó.

Por favor, não sejam assim.

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