Cinco Bandas Para Entender a Música Brasileira de Hoje

los hermanos

Há uns dias, comentamos em nossa página do Facebook que, quando o Música Pavê começou, sempre procurávamos intencionalmente ter pelo menos um link sobre música brasileira na Home do site. O único motivo disso era não perdermos de vista a cultura em que vivemos e o país em que estamos inseridos. Não tem nada a ver com “valorizar”, é uma questão de ter os olhos abertos para o que acontece ao nosso redor.

E hoje (era sobre isso o post no Facebook), não precisamos nos esforçar para isso. É natural: Ouvimos cada vez mais música brasileira (por aqui, não a chamamos de “nacional” por motivos ideológicos – assunto que merece um novo artigo no futuro). E se isso é por que os artistas por aqui estão em um momento muito rico em inspiração e criatividade, por um lado é culpa destas cinco bandas que trilharam o caminho pelo qual as de hoje em dia percorrem.

Elas não são necessariamente “as melhores” ou “as mais importantes”, mas cada uma contribuiu para o som que ouvimos hoje. Dê o play nas cinco músicas e perceba o quanto elas se parecem com muito do que ouvimos em 2013.

##Os Mutantes

Enquanto The Beatles vivia sua fase mais produtiva e estabelecia o que o mercado fonográfico veio a ser dali pra frente, uma onda de criatividade  soprou pelo Brasil e atingiu em cheio os artistas que vieram a ser batizados como Tropicalistas. No meio deles, um grupo se destacou ao sintetizar a psicodelia da época com a brasilidade em níveis mais do que grandiosos. Com uma formação sempre em mudanças (como diz seu próprio nome), a banda está na ativa até hoje, colhendo muito do que plantou há décadas.

##Novos Baianos

Com a benção de João Gilberto, a banda de Baby, Pepeu e Moraes Moreira, o super grupo se destacou na época e permanece relevante hoje com uma música despreocupada com rótulos, com as raízes expostas. “O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada”, canta a vocalista, mas sua música parece ser um grande convite ao povo brasileiro para estar atento ao som feito por aqui. Sem a hipocrisia de algum puritanismo musical, mas atento ao que podemos fazer de melhor com o que absorvemos de fora – como o que os Tropicalistas também fizeram.

##Legião Urbana

Duas décadas após Brasília ser construída e inaugurada, a capital do país começou a mostrar sua relevância cultural. Isso aconteceu com o rock de bandas como a de Renato, Dado e Bonfá, que amenizou a tropicalidade em seus sons, mas conseguiu expressar sinceramente (e poeticamente) o que se passava na mente dos jovens daquela geração. A partir daí, não bastava só fazer poesia: Ela tinha que comunicar em nível pessoal o que se passava internamente.

##Pato Fu

Como bons mineiros (naquela história de “comer quietinho”), Fernanda Takai e sua banda quebraram, sem fazer muito barulho, alguns limites entre o que era ser pop e grande e o que era fazer música rica em criatividade que conseguisse agradar ouvidos muito diferentes ao mesmo tempo. De músicas com letras engraçadas a baladas que tocaram em novelas, passando por rock sem medo de experimentar, Pato Fu foi muito ouvida por todo mundo que teve a adolescência no fim dos anos 90/começo dos 2000 e está aí para ser relembrada como um pequeno tesouro da música brasileira no período.

##Los Hermanos

Inevitavelmente a banda com a qual todas as novas são comparadas, o grupo carioca ajudou a definir como a música no país seria feita no novo século. Reunindo todos os elementos dessas anteriores para criar quatro álbuns que beiram a perfeição, cada um a seu modo e em sua proposta, Marcelo, Rodrigo, Bruno e Barba confundiram os que se propunham a encaixar seu som em moldes pré-estabelecidos e marcaram as gerações futuras sendo mais brasileiros do que muitos da dita MPB e inventivos sem parecerem pedantes. O resultado são canções de fácil assimilação e identificação que ecoarão como vozes da primeira década do milênio no Brasil.

Curta mais listas 5+ no Música Pavê

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

Comments are closed.

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.