Cinco Álbuns que Completam 15 Anos em 2013
1998 foi o início do fim. O ano viu a história da música se preparar para virar mais uma página naquela conclusão simultânea de década, século e milênio para uma indústria fonográfica que parecia sair da adolescência, com aquela atitude muito confiante e pensando já ter crescido o suficiente, sem saber que estava prestes a bater com a cara na porta do mundo real.
Em um período muito fértil (entenda, com muito investimento) para grandes turnês e videoclipes de orçamento abastado, foram muitos os excelentes álbuns que saíram durante o ano – de The Smashing Pumpkins a Fatboy Slim, de Belle and Sebastian a Queens of the Stone Age, isso sem contar Dave Matthews Band, ‘N Sync, Mundo Livre S/A, Tricky ou Morcheeba (lembra?), nomes que sempre aparecerão quando formos relembrar a época.
Selecionamos cinco dentre esses maiores destaques para uma festa de debutantes dos discos que já completam 15 anos agora em 2013. Dê o play e entre na valsa.
##Lauryn Hill – The Miseducation of…
Como a voz feminina de Fugees, Lauryn Hill já arrecadava muita expectativa desde antes de anunciar seu primeiro álbum solo. Influenciada pelo que aprendeu com seus companheiros de grupo (Pras e Wycleaf Jean), pelo relacionamento com Rohan Marley (filho de Bob) e o nascimento do primeiro filho, Zion, ela preparou um disco denso, cheio de espiritualidade, reggae e pelo menos dois enormes hits (Doo Wop e Everything is Everything), além de participações de peso (Carlos Santana, Mary J. Blige e D’Angelo). Ambientado como uma aula sobre amor, com adolescentes debatendo sobre o tema entre as faixas, é difícil segurar o sorriso e não se deixar levar pelos grooves, batidas e rimas da moça – que consegue misturar o rap com seu poderoso vocal. Já nasceu clássico.
Doo Wop
Ex-Factor
Everything is Everything
##Neutral Milk Hotel – In the Aeroplane Over the Sea
Por falar em clássico, este é um dos preferidos de muita gente que viveu ou não naquela época (ou tinha idade o suficiente para acompanhar música). O segundo (e último) álbum da Neutral Milk Hotel possui uma aura mítica ao seu redor ao trazer uma narrativa complexa de músicas que se completam e a história de Anne Frank ali em meio a versos com muita liberdade poética (para não dizer que beiram o surrealismo). É uma daquelas obras que mesmo quem jura não conhecer já ouviu – isso se não souber cantar alguns versos de suas faixas mais célebres (como Holland, 1945 e Two Headed Boy). Um disco que influenciou e continua relevante para muitos dos músicos que mais ouvimos hoje, de Arcade Fire a Glen Hansard.
Holland, 1945
Two Headed Boy
In the Aeroplane over the Sea
##Elliott Smith – XO
O álbum mais vendido da carreira de Elliott Smith teve sua popularidade alavancada pela indicação que o músico teve ao Oscar por sua Miss Misery, feita para a trilha de Gênio Indomável (Good Will Hunting). Mesmo sem ela estar presente neste disco, é aquela mesma pegada melancólica e depressiva que ouvimos ao longo de suas catorze faixas. Além do costumeiro violão (tratado com maestria), um instrumental rico recheia largamente toda a obra, tornando a experiência de ouvir XO sempre agradável e relevante para quem curte músicas introspectivas.
Waltz #2
Baby Britain
Pitseleh
##Madonna – Ray of Light
O sétimo álbum da rainha do pop surgiu como um divisor de águas no gênero. Produzido pelo mestre William Orbit, o lançamento foi o primeiro da cantora após o nascimento de sua primeira filha e veio carregado de duas grandes influências: A espiritualidade oriental e a música eletrônica. Sem criar polêmica e sem nenhum som muito fácil, Ray of Light é um dos trabalhos mais densos em camadas sonoras e muitos elementos que forçam o ouvinte a um verdadeiro mergulho permeado pelas batidas programadas como base de uma marcante guitarra (como na faixa-título e em Swim), músicas complexas demais para as pistas (Sky Fits Heaven, Skin) ou canções introspectivas(Drowned World/Substitute for Love e Mer Girl). O tipo de trabalho que “cinco estrelas” não dão conta de avaliar, precisamos de um sol inteiro.
Ray of Light
Frozen
Drowned World/Substitute for Love
##Goo Goo Dolls – Dizzy Up the Girl
No auge da cultura pop rock das grandes gravadoras, grandes mídias e grandes hits, Goo Goo Dolls lançou seu sexto (sim, sexto!) álbum e ganhou a atenção, ouvidos e coração do mundo inteiro. Mesmo impulsionado grandemente pela baladona Iris (uma das músicas mais cantadas da década), o disco traz diversos bons momentos despretensiosos e com uma pegada adolescente deliciosa. Não à toa, a banda foi uma das mais presentes em trilhas sonoras de filmes e séries de TV no período com suas músicas fáceis de agradar que grudam em qualquer ouvido. É dar o play e sorrir.
Slide
Broadway
Iris