Blu Detiger é uma Baixista que Faz Música Pop (Mas Não Só Isso)
Se liga que esse CV é extenso: Blu Detiger é uma multi-instrumentista que se especializou no baixo (instrumento que estuda desde os 7 anos de idade) e acompanhou diversos artistas e bandas, como Caroline Polachek, em suas turnês. Em paralelo, ela sempre atuou como DJ em Nova York e, posteriormente, em apresentações também em outros países. De um tempo pra cá, a norte-americana tem se dedicado também ao combo produtora, compositora e cantora em um projeto solo que mira no pop e acerta honrosamente.
São muitas facetas desempenhadas por uma artista de 21 anos. “Se as expectativas das pessoas são de que eu não cumpra bem todas essas funções, eu uso isso como motivação para o meu trabalho”, conta Blu ao Música Pavê, “co-produzi ou produzi integralmente todas as minhas músicas novas, fiz também os clipes. Sempre estou envolvida em todas as partes do meu trabalho e faço questão de comunicar isso”.
“Tem gente que me segue por ter me visto como DJ em um set que fiz para 30 pessoas, enquanto tem gente que me conheceu como baixista acompanhando uma banda em turnê, outros me viram no TikTok… Gosto de poder me expressar de maneiras diferentes”.
Sendo o baixo o instrumento (e a função) mais presente em sua vida, não é de se estranhar que ele esteja presente na primeira linha de qualquer introdução ao trabalho de Blu. “Acho que quando era pequena, não via tantas baixistas fazendo música pop e cantando”, comenta ela, “tem sido legal trabalhar esta proposta que, ainda hoje, é rara. Me orgulho disso”.
Ela conta também que seu processo de composição “sempre parte de um groove, quero sempre ter uma linha de baixo forte. Sempre penso música dessa forma, com o baixo em primeiro lugar, e depois vêm os outros instrumentos. Isso influencia a maneira com que componho e com que toco, virou parte da minha identidade”.
Por falar em identidade, Blu crê que essa é a parte “mais divertida” de seu trabalho como artista: A busca por saber mostrar quem você é – ou, como ela diz, “encontrar sua própria cara”. “Gosto de estar envolvida nos clipes e nas fotos. Ao lado da música, são grandes expressões de quem você é”, explica, “mesmo quando eu tiro fotos minhas com meu celular, é parte do meu trabalho como artista, porque exercita a minha identidade”.
“Gosto de trabalhar também para as redes sociais, mas às vezes me cansa ter que sempre produzir algo novo. É um desafio, e é cansativo. Acho que mesmo quem não é músico sente isso [em relação à produção de conteúdo]. Mas faz parte, é algo que você sabe que vai ter que fazer quando embarca nesse trabalho”.
Com um EP programado para sair no início de 2021, Blu segue curiosa com as possibilidades que seu trabalho é capaz de conter. “Gosto sempre de experimentar coisas novas”, conta ela, “como no clipe de Cotton Candy Lemonade, em que eu andei de moto pela primeira vez (risos)”.
“Quando comecei esse projeto, eu estava fazendo tantas coisas ao mesmo tempo no trabalho com música, que precisei de um tempo para entender que elas todas se conectam bem. Afinal, eu sou cada uma dessas partes”.
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