Barry Paquin Roberge e sua “Psicose Artística”

O conceito de “só dá o play e curte aí” tem proporções magnânimas quando o assunto é Barry Paquin Roberge. A banda canadense acumulou ao longo dos últimos anos várias experiências que moldaram sua história, sua estética e também suas intenções, e tudo culminou no explosivo
Exordium to Extasy, seu segundo álbum, lançado hoje (26).

Em entrevista ao Música Pavê, Etienne Barry (membro original do grupo, que começou como um trio) e Anna Francis (que faz parte desta nova formação em sexteto) explicaram que sua proposta de animar em larga escala o ouvinte já existia antes mesmo da pandemia e se fez ainda mais relevante hoje em dia. “Acho importante poder fazer música que as pessoas possam não só dançar, mas também rir ouvindo as letras, se perguntando ‘que porra é essa que eles acabaram de cantar?’ (risos)”, comenta ela, “oferecer um tempo para se energizar sem preocupações”.

“É um reflexo de nossa experiência de sempre ir até o mundo lá fora com um nível muito mais alto de energia do que aquele que está lá”, continua Anna, “e você apresenta para as pessoas essa loucura, essa psicose artística. Elas se soltam e acabam curtindo”. “Elas falam: ‘Finalmente encontrei alguém mais louco que eu’ (risos)”, brinca Barry.

As gravações de Exordium to Extasy começaram já no maior “caos do bem” com o desafio e a boa intenção de levar ao estúdio o mesmo nível de energia que a banda desenvolveu no palco – com turnês inclusive pelo Brasil e Chile – e em si mesma ao dobrar de tamanho. Os músicos contam que, para isso, encontraram um estúdio a uma hora de Quebec que conservou sua arquitetura e decoração desde os anos 70 – “parecia o cenário de uma festa em um filme James Bond“, brincam eles. Isolados do mundo, eles passaram pela difícil dinâmica de reproduzir suas músicas no formato ao vivo.

“Tentamos fazer com que tudo pareça simples, como se fosse fácil tocar, mas são músicas bastante complicadas”, conta Barry, “com muitos acordes, mudanças, harmonias… Todo mundo fica bem ocupado: Eu estou com três teclados, duas guitarras, todos cantam… É uma grande festa, todo mundo está sempre fazendo pelo menos duas coisas ao mesmo tempo. Há muita percussão também. Mesmo que tenha todo um aspecto dançante, [o disco] foi feito com uma mentalidade de rock mesmo, algo mais glam no encontro com a disco music”.

“Isso nos deixa espertos”, acrescenta Anna, “curtimos ter essa sensação de risco, por isso que gravamos o disco ao vivo”. “Foi um disco complicado de se fazer”, explica ela, “tivemos que terminá-lo em isolamento, sem acesso ao nosso estúdio. Foi preciso que vários milagres e muita criatividade acontecessem para que ele rolasse. Mas é um disco para que todos se sintam bem, para trazer um alívio”.

Curta mais entrevistas exclusivas no Música Pavê

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

Comments are closed.

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.