Bárbara Eugênia Conta Como Adaptou “Crashes n’Crushes” para o Palco

Primeira apresentação da cantora e compositora em mais de dois anos traz consigo o desafio de transportar uma obra de detalhes ao formato show
foto por debby gram

Crashes n’Crushes é um disco que Bárbara Eugênia esculpiu em pormenores no estúdio, e toda audição promove uma inserção do ouvinte no ambiente intimista que a obra propõe. Como levar, então, essas novas músicas ao palco?

Às vésperas de sua apresentação no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, a artista contou ao Música Pavê que foi necessário dar “uma reconfigurada em algumas canções, porque uma coisa é o estúdio, é bem diferente do ao vivo, e tem músicas que pedem ‘um pouco mais’, pedem mais momentos, que dá vontade de continuar tocando”. No disco, os arranjos acompanham brevemente os versos das canções (“É sobre a letra, é sobre a palavra. Acabou a letra, acabou a amizade”, brinca Bárbara), enquanto o show permite – ou requer – que as músicas se alonguem mais. “Nos ensaios, a gente foi sentido a necessidade em certas músicas, ‘nossa, mas já acabou? Vamo continuar!’. Então, a gente fez isso”, explica ela.

Ao ser perguntada sobre o processo de reconfiguração das composições para melhor caberem no palco, Bárbara conta que tem “um pouquinho de dificuldade, porque eu sou meio apegada (risos), mas, na hora de desapegar, eu desapego. E aí já me apego à nova forma (risos)”. Ela diz que é um processo de “libertação” que lhe dá também um novo olhar sobre as músicas: “Tem um teminha, um som, uma curva ali da guitarra que eu falo: ‘Isso eu preciso que tenha’, porque isso pra mim é o que traz a emoção exata da música”. Além disso, há a inserção da bateria no show, sendo que o instrumento não fez parte das gravações. “É um redescobrimento do disco”, explica.

Mesmo sendo o show de lançamento do álbum, Bárbara não deixou de fora antigas músicas suas, “até porque o disco tem 29 minutos (risos)”. “Tem aquelas que eu já sei que não podem faltar”, conta ela, “e, fora isso, as que têm a ver com esse ambiente, com o universo de Crashs n’Crushes. Então, a gente trouxe música lá do Journal de Bad (2010) que tem tudo a ver, mas que há muito tempo não estava no show. E tem aquelas que não seriam minha escolha pro repertório (risos), mas que fariam falta mesmo, principalmente em um primeiro show depois de tanto tempo sem tocar. É legal ter essa graça, ter essa conexão, essa conversa com o público que está ali e quer ouvir Por Aí, quer ouvir Porque Brigamos“.

A apresentação do dia 14 é a primeira que Bárbara faz desde novembro de 2019, quando fez grande show no Auditório do Ibirapuera, “uma ótima forma de encerrar sem saber que seria um encerramento” – em suas palavras. A semana anterior à noite no Sesc Vila Mariana requer não só uma adaptação às músicas de Crashes n’Crushes, mas também em resgatar a dinâmica dos palcos, engavetada durante a pandemia e todas as incertezas que perduram até hoje. “Tá uma montanha russa de emoções”, comenta a artista, “com muita dedicação, muito amor e entrega para fazer o mais bonito que a gente pode”.

Show: Bárbara Eugênia – Lançamento de Crashes n’ Crushes

14 de janeiro (sexta), às 21h
Sesc Vila Mariana – Teatro Antunes Filho (Rua Pelotas, 141 – São Paulo/SP)
Ingressos: R$ 40 (inteira) l R$ 20 (meia-entrada)  l R$ 20 (credencial plena)
Venda: Online em sescsp.org.br/vilamariana
Duração: 90 minutos
Não recomendado para menores de 12 anos

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