As Oito Melhores Bandas Desta Geração
Oito bandas, uma para cada ano de Música Pavê. A votação disputadíssima, mais uma dessas enrascadas que os pavezeiros topam participar, veio para marcar o oitavo aniversário do site e mostrar um pouco daquilo que observamos tão de pertinho, desde 2010, acontecer na música brasileira.
Muito além dos videoclipes, vimos esses grupos migrarem dos palcos pequenos para os enormes festivais, recebemos cada novo disco ansiosamente e inundamos playlists com suas faixas. Conversamos por telefone e por Skype, nos encontramos pessoalmente e bebemos um café ou algum etílico em um grande misto de admiração e afeto que nos faz recomendar cada um desses nomes, às vezes até insistentemente, para os amigos, para os leitores e também para as outras bandas que conhecemos em paralelo.
De uma enorme amostragem – basicamente o site todo -, foram pré-selecionados vinte e poucos grupos até chegarmos nestes oito, sempre presentes pelas nossas páginas e também nos especiais de fim de ano. De regionalismos ao rock mais pesado, o que todos eles têm em comum é um diálogo natural com o que vem sendo produzido em um cenário global e uma comunicação direta com o público brasileiro em suas letras. Ah, e – nem precisa dizer – são todos excelentes naquilo que fazem.
Você conhece agora as oito melhores bandas desta geração de acordo com o Música Pavê em seus oito primeiros anos de vida, organizadas em ordem alfabética, acompanhadas por playlist e devidamente comentadas por colaboradores do site. Que venham mais novos talentos, que venham mais lançamentos, que venha mais boa música.
BaianaSystem
De Salvador, o grupo aproveitou a herança da guitarra baiana para realizar uma sonoridade que traz à tona a mistura de estilos musicais, como o Afrobeat e o Reggae. Seus dois álbuns já lançados, um homônimo (2009) e Duas Cidades (2016), já foram suficientes para marcar BaianaSystem na música brasileira. Ir ao seu show é muito mais que música: Não seria leviano apontar que a catarse coletiva é uma experiência antropofágica, ainda mais em circunstâncias quando a vontade pública anseia a escassez cultural. Máximo respeito para quem está fomentando a cultura, resultando diretamente em carnavais cada vez mais democráticos. (Rômulo Mentes)
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Baleia
Zelo e densidade são parte do desenvolvimento dos trabalhos da banda carioca. Sem medo de experimentar, e levando em consideração a bagagem criativa e musical que possui, o quarteto consegue explora diferentes sons, possibilidades e caminhos na construção das canções. A versatilidade, e o compromisso com a qualidade do material apresentado, fazem com que a banda deixe na música brasileira uma ranhura, uma lacuna sempre aberta ao novo, ao rasgo, anunciando reformulação e renovação. Seis anos de existência, dois álbuns completos e um em desenvolvimento atestam a relevância de Baleia no cenário musical. (Letícia Miranda)
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Boogarins
A vertente psicodélica na música brasileira se fortificou nos últimos anos, e Boogarins é um marco no assunto. A banda compartilhou o tom e o tempero brasileiro na sonoridade – herança de grandes nomes, como Os Mutantes – com o exterior, tendo assim o reconhecimento mundial merecido em turnês por diversos países. Encabeçar o estilo mais trabalhoso da música em nosso solo torna dos goianienses um dos nomes mais fortes da nossa cultura contemporânea, algo sustentado já por três álbuns e incontáveis novas bandas dentro e fora do Brasil que citam o quarteto como sua principal referência. (Lucas Gabriel Bosso)
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Carne Doce
Ornada por voz, presença e alma da cantora Salma Jô, a banda goiana apresenta emoção à flor da pele e uma musicalidade que convida o ouvinte a uma relação íntima com suas músicas. Com uma discografia formada por três álbuns até agora – Carne Doce (2014), Princesa (2016) e o recente Tônus (2018) -, o grupo se destaca em primeira instância pela honestidade com que trabalha seus temas, em uma grande entrega também no primor com que trabalha seus arranjos com um pé no indie contemporâneo e o outro no melhor da tradição MPB. Vá a um de seus shows e transpire sensibilidade como se fosse o eu-lírico destas composições. (André Felipe de Medeiros)
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Far From Alaska
Não tem como não se impactar pela música de Far From Alaska logo na primeira audição. Nos álbuns ou ao vivo, é uma massa sonora que de cara se mostra diferente – no melhor sentido possível da palavra – de tudo que acompanhamos. Não à toa, a banda ganha frequentemente destaque em festivais no Brasil e mundo afora. Se a voz de Emmily Barreto é sempre uma certeza de força (e representatividade), o peso da base que vem dos instrumentos dos outros integrantes não deixa nada a desejar. É algo feito exatamente na medida, mas sem uma fórmula pronta, entende? O melhor a fazer é continuar acompanhando de perto. (William Nunes)
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Maglore
Maglore é pop, mas não mainstream. É rock, mas não é conhecida pelo peso. É retrô e moderna. O quarteto baiano usou suas contradições para construir um som que amplifica suas vocações e cria canções que estudam o caos do mundo em letras pessoais e intimistas, melodias solares e dançantes. Desde Salvador, em 2009, até 2017, quando lançou o quarto disco – o excelente Todas as Bandeiras -, Maglore escancarou seu potencial pop, rock, brasileiro, psicodélico e de muitas cores. Em plena evolução desde o trabalho de estreia (Veroz, de 2011), a banda destila influências do passado e já inspira uma nova geração da música brasileira. Tudo isso em menos de 10 anos de banda. Nada mal.
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O Terno
Quando uma banda tem uma identidade própria muito forte, logo nos apaixonamos: O Terno me chamou atenção em um pequeno show em São Paulo e eu nunca mais parei de prestar atenção. O trio se formou em 2009 tocando covers de Os Mutantes e The Beatles – influências vistas em suas canções até hoje e que trazem algo essencial para uma geração que parece cada vez mais longe da história da cultura brasileira. O Terno usa do humor e jogo de palavras para nos contar histórias de amor ou do que for e traz uma criatividade única em tudo que faz, nos álbuns e nos palcos. Nossa geração precisa de mais bandas autênticas e corajosas como O Terno. (Carolina Reis)
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Scalene
O Música Pavê acompanha Scalene há um bom tempo porque sabe a altíssima qualidade do rock que vem desses músicos. Desde 2009, o grupo de Brasília lançou quatro álbuns de estúdio, um disco ao vivo e participou desde reality shows a festivais gringos e brasileiros, vendo seu seu som amadurecer e evoluir de uma maneira natural e nos revelando uma banda que não tem medo de tentar coisas novas sem perder sua essência. As canções, em melodias e em letras, nos revelam a atenção detalhada que o quarteto tem em tudo que faz, gerando respeito e admiração por onde passa – com um Grammy Latino (Melhor Álbum de Rock de 2016) como confirmação de seu sucesso. (Carolina Reis)
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