As Músicas Brasileiras Mais Bonitas de 2021

A música nos deu tudo aquilo que em 2021 faltou – conforto, inspiração, otimismo e, como sempre, beleza. Montar uma lista tida para o Música Pavê como tradicional, em um ano como esse, precisa levar em consideração todas as suas lacunas.

Muitas dessas canções foram compostas ou produzidas durante a pandemia do covid-19 e, assim como o mundo inteiro nesse período, tiveram seus lançamentos adaptados às novas realidades. Muitas delas cantam de lugares distópicos, de uma desesperança abatida e das dores do parto de uma nova vida que precisou nascer. Já outras insistem nesta que é uma das maiores ousadias da experiência humana, ou seja, se colocar vulnerável perante alguém. Em todos os casos, essas faixas são fôlego, são afago, são sorriso.

Escolhidas a dedo, em um processo quase tão doloroso quanto 2021, eis as cinco músicas brasileiras mais bonitas de 2021, seguidas de uma playlist com outras sete canções de altíssimo nível que também se comunicam, de uma forma ou de outra, com todo esse contexto.

(Veja também as listas de músicas brasileiras mais bonitas de 202020192018201720162015201420132012 e 2011)

LoreB + Wado – Sem Pressa

No turbilhão de estresse acumulado ali do comecinho do ano, uma balada feita em duas vozes arriscava a encontrar beleza no cotidiano, como se sonhasse com uma vida que, de tão corriqueira, não teve seu devido valor. Com versos admiravelmente simples, Sem Pressa conquista o ouvinte de imediato, mas há belezas ali no meio que só a repetição e o tempo revelam.

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Ale Sater – Peu

A repetição das palavras revela a ansiedade com que Ale (da banda Terno Rei) percebe o correr do tempo e que lhe faz querer cantar para um filho que não existe – o tal Peu do título. É sobre aquilo que projetamos nos outros e o desejo de acompanhar alguém para que ele não siga nossos erros. Nas entrelinhas, no entanto, é sobre o medo do futuro não existir.

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Lucas Vasconcellos + Uyara Torrente – Vamos Tacar Fogo nas Coisas

“Ainda tenho um tempo aqui vivo e quero gastar contigo” – a doçura das vozes não tenta esconder o senso de urgência no qual a canção foi escrita, de desejos incendiários (no paralelo da paixão que queima e do fogo que destrói o que existe para que algo novo se erga) a querer assistir o fim do mundo de camarote, mas muito bem acompanhado. Quem nunca, né?

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Liniker – Psiu

Chegando à marca dos cinco minutos de duração, a faixa se desenvolve sem pressa, como uma balada à moda antiga, para cantar de alguém que “descascou o medo pra caber coragem”. Em uma época tão marcada por diferentes tipos de violência, amar livremente é pura bravura, é sim um ato de resistência. De quebra, temos a cantora em um dos melhores momentos de sua carreira, se não o melhor.

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Rodrigo Amarante – Tao

A espiritualidade é o ponto de partida da canção, que logo se encaminha na direção de um amor que se mascarou com outras palavras, evitando ser assim chamado. Em uma construção de substantivos que criam figuras de linguagem quase fantásticos, ou mesmo surrealistas, Rodrigo argumenta a favor do que é abstrato, mas também indiscutível. Não é, nem será, a música mais conhecida de Drama, mas nela cabe o disco todo.

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