Arctic Monkeys em SP: Somos Todos Macacos

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(Fotos de Stephan Solon/Move Concerts)

Get on your dancing shoes! Parece que Arctic Monkeys já sabia, desde o início da sua carreira – em 2006, com o seu primeiro álbum completo –, que iria botar todo mundo para dançar com AM, registro lançado em 2013, menos de dez anos depois. Neste espaço de tempo, os garotos de Sheffield (Inglaterra) se transformaram em uma grande banda, que roda o mundo inteiro fazendo shows e arrastando milhares de fãs por noite.

O grupo terminou sua atual turnê com dois shows no Brasil, em São Paulo e Rio de Janeiro, nos dias 14 e 15 de novembro, respectivamente. E, é claro, a comoção causada pelo quarteto formado por Alex Turner, Matthew Helders, Nick O’Malley e Jamie Cook não seria diferente em terras tupiniquins.

As duas apresentações em 2014 foram as primeiras solo dos “macacos” no país. Antes, eles nos visitaram por duas vezes, em dois festivais diferentes – a última sendo headliner de um dia do Lollapalooza em 2012. Este fato comprova não só que o clube de fãs cresceu, mas, principalmente, deixa nítida a evolução da banda. Não é à toa que todos os críticos e veículos de comunicação mundo afora afirmam isso a toda hora. Arctic Monkeys cresceu e não foi pouco.

O show em São Paulo começou, como em todos os outros da turnê de AM, com o hit Do I Wanna Know?. Provavelmente, todos que estavam ali naquela noite e que acompanham o grupo, sabiam que esta seria a primeira música. Isso não apaga a emoção de ouvi-la ao vivo. Do I Wanna Know? é presença certa em todos os setlists das baladinhas da Augusta e afins, e vem sendo assim há um ano e meio. Imagine escutá-la ao vivo: a batida contagiante, a voz potente de Alex, o riff marcante e os backing vocals cantados em falsete que te fazem perder a voz. Um amigo disse: foi o maior coro de falsetes que já existiu. Ele tem razão. Os vocais de Matt e Nick são fortes presenças em AM, tanto no álbum quanto nos shows. E a platéia sabia cantar todas essas partes. Do trabalho mais recente, de doze faixas, nove foram executadas no show de São Paulo: Arabella, Why’d You Only Call Me When You’re High?, One For The Road, I Wanna Be Yours, No. 1 Party Anthem – essa, em especial, me surpreendendo muito ao vivo -, Knee Socks e Snap Out Of It; todas foram recebidas com empolgação pelo público.

Aliás, público que, pelo jeito, esperava há muito tempo por esse show solo do grupo inglês. Foi incrível notar que todos sabiam exatamente o que o show reservava para a noite, assim como a maioria sabia todos os movimentos e trejeitos de Alex Turner, inclusive os vocais característicos do músico. E, novamente, o jeito já decorado pelos fãs não diminiu em nada a empolgação do show.Alex, por sinal, se tornou o grande porta-voz de uma geração inteira, seja por suas letras tão pessoais e que atingem situações comuns de muitos jovens que ouvem Arctic Monkeys, seja por sua presença de palco. Se a evolução da banda é nítida, ela passa, com certeza, pela figura central do seu vocalista e principal compositor.

O setlist não deixou de fora velhos sucessos como Brianstorm, Teddy Picker, Crying Lightning, Library Pictures e Dancing Shoes, que mostram o explosivo Arctic Monkeys de tempos atrás e deixam o show mais pesado entre uma música e outra de AM. Destaques para 505 e I Bet You Look Good On The Dancefloor, que não perderam seu peso com o passar dos anos. A primeira, com uma transição e explosão poderosa do meio para o final; e a segunda, talvez seja ainda, o grande hit da banda que não deixa ninguém parado.

Para fechar o set de 1h30 – um pouco curto para uma banda com o potencial do quarteto -, outra faixa que faz todo mundo dançar: R U Mine? é a pergunta que a banda faz para todo o mundo ao final de cada show. A resposta vem com uma sonora comemoração que pode ser interpretada com um sim dito com convicção. Agora, com o final de um ciclo, a pergunta que paira no ar é: o que esperar de Arctic Monkeys?

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