A tristeza dos Los Campesinos!

Foi na cidade de Cardiff, capital do pequeno e discreto País de Gales, mais precisamente no começo do ano de 2006,  que surgiu o septeto e grupo de amigos Los Campesinos!. Curiosamente formado por não-galeses, o conjunto foi incorporando seus integrantes aos poucos e todos aderem ao espírito “camponês” adicionando “Campesinos!” aos seus nomes.

A banda começou suas apresentações  nos clubes universitários de Cardiff e experimentou uma rápida aprovação do público local e seus arredores. O lançamento de um demo com as músicas Death To Los Campesinos!, It Started With A Mixx, Sweet Dreams Sweet Cheeks,  e You! Me! Dancing! alavancou a carreira da banda, sem contar com a forte influência, turnê e o apoio do Broken Social Scene, que fez com que eles ganhassem projeção nada pequena e modesta, ao contrário do país de origem do grupo. Assinaram em novembro de 2006 com a gravadora britânica Wichita Recordings, a mesma de artistas consagrados  no cenário independente como Bloc Party, Bright Eyes e My Mourning Jacket. Mais tarde, assinariam com a canadense Arts & Crafts que levou trabalho dos camponeses à América do Norte.

Romance is Boring (2010)

A sonoridade dos Los Campesinos! é difusa e muito bem elaborada. A trupe passeia, mescla e assimila diferentes elementos em suas composições. Arranjos instrumentais muito bem arquitetados, vocais vivos e bem explorados e guitarras elétricas em perfeita sintonia para criar canções bonitas e ao mesmo tempo cheias de energia e explosão, criando uma gostosa dicotomia musical e uma fusão de sentimentos, ações e atitudes por parte de quem está apreciando as criações. A vida discográfica deles é curta, porém respeitosa e impactante. Oficialmente, são quatro álbuns: Hold on Now, Youngster… e We Are Beautiful, We Are Doomed ( a banda não considera-o como sendo um LP, classificando-o como EP) de 2008, Romance is Boring de 2010 e o mais recente álbum Hello Sadness de 2011 além de dois EPs: Sticking Fingers into Sockets de 2007 e All’s Well That Ends de 2010.

Tudo isso para falar sobre o Hello Sadness e explicar a você, leitor, o porquê do título acima. Bom, a julgar pelo nome do álbum, nós esperaríamos uma trabalho musical tomado pelo tema da tristeza e da decepção certo? Pois é. É isso o que realmente acontece. Percebe-se a temática permeando o disco de uma forma bem coesa. É um disco para fins de relacionamento e há fofocas  por aí que se trata de um fim de relacionamento de um dos membros principais da banda,  Gareth Campesinos!, o cérebro por trás das lindas letras deles. Hello Sadness é a representação pura e ingênua do amadurecimento, da reflexão, das decepções que a vida traz para o Gareth e para nós também – por que não? Para o grupo, esse trabalho é, de certo modo, uma quebra, um contraste com o antecessor, Romance Is Boring, de 2010 que possui uma atmosfera mais pautada na agitação, com a vertente do rock dominando e mais dançante. Para o fã antigo isso pode representar um choque muito grande, ou até uma estranheza, mas mostra o refinamento das composições da banda que tem em seu ponto alto Every Defeat a Divorce (Three Lions) neste recém trabalho. Essa faixa representa bem a evolução do grupo. É um álbum sólido, bem feito, bem executado e…. triste!

By Your Hand (2011)