A Delicadeza de Camille

Ela gosta da nossa bossa nova, alguns dizem que ela é a Björk francesa e outros a conhecem pela banda Nouvelle Vague. O fato que Camille Dalmais vem se consolidado cada vez mais em sua carreira solo.

Outrora, em pleno início da década passada, um talento surgia na agitada Paris. Dentre outras cantoras, uma voz sutil sobressai-se mostrando a facilidade em transpor outras sonoridades através do canto. Sendo assim, Camille estampou tablóides franceses e numa breve comparação, teve o seu nome associado ao da islandesa Björk.

Esses anos foram agitados para a francesa. Envolvida em alguns projetos (dentre esses, a prestigiada banda francesa Nouvelle Vague, especialista em criar novas versões para músicas emblemáticas), ela já contabiliza cinco álbuns gravados na breve carreira solo, inclusive o mais recente, Ilo Veyou, lançado no ano passado.

Ao escutarmos o seu último trabalho, definitivamente seguimos o ruído de sua voz, como se a cada faixa trocada estivéssemos passando pelo labirinto do seu universo – simples assim. Entre suas referências, a música brasileira aparece com bastante evidência, sobretudo a bossa nova. Aliás, a própria Dalmais, em diversas entrevistas, disse ser uma admiradora assídua dos ritmos brasileiros. Seu entusiasmo é tanto que até um cover para a música O Que Será do Chico Buarque já fez.

Nesse trabalho, não vemos em excesso as experimentações vocais da cantora, algo que de certa forma registrou sua carreira, mas somos recompensados com lindas canções, que muitas vezes podem levar o seu público à emoção. Mais do qualquer comparação e análise, a delicadeza de sua interpretação chama a atenção. Aos ouvintes que não conhecem, vale um tempo livre para embarcarem nesse universo.

Ilo Veyou

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