2023: As Músicas do Ano

Para além dos grandes hits, algumas faixas marcam o ano por contarem as histórias e revelarem as estéticas que nos farão lembrar desta época no futuro, e, é claro, pela qualidade de composição, produção e tudo o mais.

Das tantas canções que passaram pelo Música Pavê em 2023, algumas fizeram por merecer entrar para a história como símbolos desse ano, que você conhece agora em uma seleção comentada pela equipe do site.

Acompanhe mais do Especial 2023 do Música Pavê.

Jorja Smith – Little Things

A cada lançamento de Jorja Smith, é fato que ela constará em listas de destaques do ano. Em 2023. não foi diferente: falling or flying, que, de início, parece uma continuação de be right back, traz canções mais ousadas para a cantora. Little Things sai do tradicional pop/soul romântico e entra em um eletrônico/dance arrojado e muito dançante. Seu mash up com Gypsy Woman, de Crystal Waters, viralizou na Internet e nas pistas de dança. Jorja segue não decepcionando. (Lili Buarque)

Don L – Tudo É Pra Sempre Agora

Uma ode aos caminhos imperfeitos das relações e à impermanência, a canção nos entrega aquilo que é a marca do artista: Capricho nos arranjos, na construção rítmica e a facilmente reconhecível levada (flow), uma simbiose entre o imagético das palavras e a melodia. Um time talentoso o acompanha: Oprodutor Nave, o músico Thiago França nos sopros e a voz de Luiza de Alexandre. Trabalhando sempre nos cantos menos comuns da alma, Don nos mostra luz e esperança, reconhecíveis apenas nos momentos de escuridão. (Eduardo Yukio Araujo)

Caroline Polachek – Welcome to my Island

Polachek cantando “Desiiiiiire, I want to turn into youuuuu” a plenos pulmões é um som que ecoou no cérebro de muita gente ao longo de 2023. A faixa de abertura do incrível disco da cantora é um bom resumo do que torna ela uma das artistas de destaque do ano. A produção cria uma paisagem para que brilhem os vocais angelicais, que, em certos momentos, se tornam mais agressivos e dão um tom ligeiramente estranho e instigante para a faixa. (Guilherme Gurgel)

Daniel Caesar – Always

Aos poucos, medimos o impacto de Daniel Caesar para a nova geração de músicos – ele é frequentemente citado como favorito pelos artistas. Em Always, o canadense traz sua identidade tão contemporânea a uma balada à moda antiga, daquelas que fazem pessoas de qualquer idade sentir o impacto ali no peito, no refrão e na ponte antes do fim. Talvez tenha feito para ser apontada como “clássica” desde seu nascimento. Deu certo. (André Felipe de Medeiros)

Olivia Rodrigo – Vampire

Quer saber como repetir a fórmula de um hit global? Pergunte a Olivia Rodrigo. Depois de estourar com Driver’s License em 2021, a cantora usa os elementos que fizeram dessa música um sucesso, os amadurece, refina, e cria Vampire, que consegue não soar como uma cópia, mas como uma continuação. Enquanto a artista canta sobre estar em um relacionamento abusivo, a faixa segue em uma progressão constante, que mantém o ouvinte interessado e culmina em catarse. (Guilherme Gurgel)

Rubel + Xande de Pilares – Grão de Areia

Certo dia, alguém fez a humilde solicitação de que não deixassem o samba morrer, e teve quem buscou atender ao pedido (ô, sorte!). A parceria entre Rubel e Xande de Pilares une o que há de melhor no samba-canção clássico com a MPB contemporânea em uma música capaz de agradar do velho sambista ao jovem tiktoker. O refrão pegajoso e a bela letra romântica de Ana Caetano e Rubel nos envolvem na canção que marca um dos grandes marcos musicais do ano. (Nathan Farias)

Janelle Monáe + Doechii – Phenomenal

Por um lado, Phenomenal é um clamor de empoderamento, uma coleção de versos para serem cantados com o sorriso de quem entendeu que tem direito de celebrar sua identidade, ou mesmo sua existência. Em paralelo, o que Janelle Monáe propõe, com sua convidada Doechii, é uma faixa de personalidade fortíssima, que cresce em volume sonoro e potência da lírica até explodir de beleza na companhia doce de uma flauta transversal. Incrível por si só, perfeita dentro do contexto de The Age of Pleasure. (André Felipe de Medeiros)

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