2017 e os Artistas que Já Conhecemos
2017 certamente foi um ano recheado de destaques positivos para a música, tanto no Brasil, quanto fora. Assim como nos últimos anos, tivemos ótimos discos, músicas e clipes de artistas que têm muito a oferecer. Algo que nos chamou atenção em especial nestes doze meses – e que permeia nossas listas #Destaque2017 – é a confirmação de artistas e bandas que já possuem um sucesso de público e crítica e retornaram – ou se mantiveram no topo – com grandes trabalhos.
Lorde, Kendrick Lamar, Mallu Magalhães, Far From Alaska, St. Vicent, Paramore, Anitta – só para citar alguns – são nomes que nós conhecemos e admiramos há um tempo. Mesmo com as estreias solo de Harry Styles e Tim Bernardes, por exemplo, o sentimento que fica é de familiaridade. Aquela que nos faz notar que, mesmo com o passar dos anos, o que é bom tem um espaço grande em nossas vidas.
Isso não quer dizer que não temos novidades – afinal, sempre há espaço para novos talentos como Sofi Tukker –, mas, pelo modo como enxergamos a música, essa grande presença de artistas que já se destacaram anteriormente pode ser um indicativo da consolidação de mercado e das novas fórmulas que acompanhamos mundo afora. Há anos – uma, duas décadas, talvez? –, estamos vendo todo processo de produção, lançamento e consumo de música mudar de maneira contínua e, por muitas vezes, em grande velocidade, tanto por parte do mercado quanto do público. O velho modelo de álbum + turnê não foi totalmente extinto, no entanto outras possibilidades se abriram, como a produção de singles e clipes em uma peridiocidade maior. O exemplo do ano é Anitta e seu projeto CheckMate ao lançar uma novidade por mês. O mais importante é não ter apenas uma fórmula, mas, sim, um leque gigantesco de opções.
Agora, preste bem atenção nos nomes em que citamos: tanto Lorde quanto Mallu possuem uma liberdade muito grande para se expressarem de maneira criativa e consciente, a qual retrata a vida que cada uma tem naquele determinado momento. Kendrick Lamar e Anitta, por exemplo, são dois artistas que se posicionam de forma clara, levando ao mainstream questões que antes ficavam restritas a um círculo menor da sociedade. A autonomia em criar, produzir e lançar músicas, álbuns e clipes faz com que a quantidade de material extremamente relevante seja maior. É só ver clipes como Humble (Kendrick Lamar), Não Espero Mais (O Terno) ou A Volta pra Casa (Rincón Sapiência) para notar que a liberdade de criação é fator decisivo para a qualidade destes trabalhos. Cada um dentro do que foi proposto, faz um retrato muito atual da obra destes artistas e do mundo em que eles estão inseridos, seja por meio de uma crítica direta a sociedade seja de uma maneira bem-humorada.
Vale dizer também que, além de da possibilidade de conhecer diversos artistas novos, hoje em dia é muito fácil ouvir apenas o que nós queremos e nos identificamos. 2017 viu as playlists tomarem um espaço muito grande nos serviços de streaming, o que, certamente, ajuda a popularizar ainda mais os artistas que já são queridos por uma parcela do público. A consolidação vem para atestar que todo trabalho bem feito que está sendo produzido – no mainstream ou no midstream – só tende a crescer e dar ainda mais condições para que bandas e artistas explorem novos caminhos e possibilidades sem ficarem presos a uma só fórmula do mercado.
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