Galeria de Fotos: Lana Del Rey
Quando nossa equipe parou para votar nos nomes que iriam compor nosso especial Marcou 2012, apenas duas artistas foram quase, quase unânimes. A primeira foi Tulipa Ruiz. A segunda, vencendo por mais um voto, foi Lana Del Rey.
Para apresentar a figura tão frequente ao longo do ano, convocamos dois de nossos redatores com visões muito diferentes da moça. Uma é fã, o outro não gosta das músicas. Porém, ambos concordam que a personagem que Lana criou é fascinante e entrou para a história do show business em 2012.
Confira nosso raio-X na figura que Elizabeth Grant nos apresenta como Lana Del Rey.
New Fucking Pop (por Soraia Vieira)
A primeira vez que eu escutei Lana Del Rey foi limpando a casa e deixando minha playlist rolar. Na noite anterior, uma amiga minha havia colocado algumas músicas durante a jantinha e por isso ela estava lá. Não tinha visto o vídeo da música e ainda ninguém falava em Lana Del Rey. A música era Blue Jeans – aliás, minha preferida até hoje -, e quando eu escutei pensei: it’s real fucking music!
Desculpem a minha sinceridade, mas, naquele momento, a imagem de Lana Del Rey nunca havia sido vista por mim e confesso que a sonoridade da música me fez pensar se aquele era um som novo, moderno, ou algo antigo. Parecia um disco de vinil rolando e, quando vi aquele videozinho cheio de recortes, imagens de filmes antigos, ela em preto e branco com seus cabelos à la Disney e óculos de coração, pensei novamente: it’s new fucking pop! Tudo bem, ela foi produzida, é pura jogada de marketing, tive que acreditar nisso depois de ver algumas apresentações ao vivo, realmente ela não canta nada… anyway… It’s a new fucking pop!
Muitos podem discordar, mas eu já cansei de escutar Beyonces, Madonnas, Britneys, Rihannas e tantas outras “divas” pop que temos por aí. Essa barulheira já deu pra cabeça, né, gente? Power woman já esta bem caidinho e Lana vem trazendo um pouquinho de sem-vergonhice misturada com álcool, drogas, uma pitada de depressão, dependência e brigas.
Um ponto super forte e extremamente vendável da Lana é o visual. Casada com uma produção fotográfica sempre impecável (o Marcel vai falar um mais sobre isso), essa beleza incontestável vem conquistando espaço e lançando tendências.
Sou uma consumista de Lana, pois acho suas músicas originais e diferentes de tudo que tem rolado por aí. Mesmo com tanta produção, Lana antes de ser Lana já tinha alguns materiais bacanas e também coisas bem ruins já lançadas, mas que sem dúvida nenhuma possuem fortes características com as músicas do seu primeiro álbum, Born To Die, características de Lana, mostrando que sim, ela tem sua identidade musical.
Just Kidding (por Marcel Marques)
Podemos partir da ideia de que as cantoras que conseguem se destacar por suas vozes não precisam dar valor excessivo as suas roupas, cabelos, unhas compridas e pintadas. 2011 foi repleto de “depoimentos” de Adele dizendo que as pessoas tem que ouvi-la e não vê-la, e por isso não importava se ela era gorda ou magra.
Amy Winehouse, por exemplo, foi uma grande mistura de atrativos. Uma amiga me falou na época em que a cantora lançou Rehab: “tenho medo dessa mulher, ela tem voz de uma negona enorme, mas eu olho pra ela e é uma branquinha que a qualquer momento pode quebrar-se ao meio”. Além da voz, Amy trouxe a magia do Jazz para a música pop atual. Com a musicalidade, ela incluiu os penteados exagerados, os vestidos cintura alta e uns saltos. Toda a insegurança de Amy fazia com que ela se preocupasse em vestir-se sempre muito bem e em dar sempre o melhor de si.
Ao mesmo tempo, temos também a estranha Lady Gaga, que se veste com bifes, ou de homem, e tá tudo bem para ela. Ela incluiu ainda a super produção dos videoclipes, por mais que no caso de Gaga a maioria seja algo freak. Não pretendo compará-la com Amy, ou com Adele, mas acredito que ela também tenha seu mérito.
Digamos então que, com grandes doses de Amy Winehouse, uma melancolia vinda do blues de Adele e uma produção exagerada típica de Lady Gaga, surgiu uma imagem que marcou 2012: Lana Del Rey.
“Eu estava passando bastante tempo em Miami e falando muito espanhol com meus amigos de Cuba – [o nome] Lana Del Rey me lembrava o glamour do beira mar”, assim explicou Elizabeth Grant, a verdadeira, a origem do nome de seu personagem, para a revista Vogue.
Assim, encontramos na figura Del Rey um toque vintage que também marcou 2012. Temos a impressão de que ela vive constantemente sob filtros do Instagram, que toma banho em champanhe e sempre está doída por algum amor mal resolvido.
Mas, toda essa produção trouxe um tom encantador na menina. As músicas com insinuações sacanas ganham força com a imagem de virgem safada com flores na cabeça que ela passa em suas fotos e, algumas vezes, em seus clipes.
Lana, em suas fotos, usa sempre uma expressão neutra, às vezes até serena, que nos remete a algumas esculturas góticas, por exemplo. Sua beleza é indiscutível – não entrarei em pormenores como aplique de cabelo ou preenchimento de lábios.
O grande foco é sempre seu rosto. Um penteado impecável, uma roupinha legal, neutra e, obviamente, retrô. A sensualidade está inclusa já na personagem, por mais que em alguns flashes ela apareça mais inocente, outras fotos desmentem isso com maestria.
Porém, o mais fascinante é o que o personagem permite. No caso de Lana Del Rey, eu percebo que ela inventou essa “Diva” e que, por isso, pode levá-la a qualquer extremo. Algo do tipo, “não sou real e não quero parecer real”. Se você quiser ver isso unicamente como jogada de marketing, tudo bem, mas eu prefiro ver as vantagens que isso traz consigo.
A parte divertida de tudo isso são as leituras das imagens. Em algumas fotos, Elizabeth Grant aparece mandando uma mensagem, do tipo, “é só brincadeirinha, eu não estou sofrendo”. Em outras, podemos ver a ideia de que a Lana não é de verdade, como se ela fosse apenas um boneco de cera.
Muitas vezes, entendo a falta de expressão nas fotos de Lana, como a mostra de que aquilo é apenas uma marionete. Eu separei duas fotos extraordinárias e famosas da Lana para mostrar isso:
Essa foto, para mim, fala “vá em frente, pode me picar, eu não sou de verdade. Não vai doer”. O rosto da Lana passa até um certo tipo de prazer, como se ela estivesse desfrutando do momento e da ideia de poder se expor sem sofrer danos.
Pra mim, essa é a única foto de verdade que temos da Lana Del Rey. Ela nos encarando com essa cara de “safadinha” e piscando como quem diz just kidding. É uma menção de que nada do que ela faz é de verdade. Além disso, a bandeira dos Estados Unidos da América atrás abre um grande leque de interpretações livres, porém, não entrarei nessa questão.
Enfim, Lana Del Rey marcou o ano de 2012 por juntar várias características e tendências que encontramos nos doze meses vividos. Não discuto sobre a música de Lana, acredito que haverá pessoas que se identifiquem com tanta melancolia. Mas temos que admitir que a imagem criada para a musa é, no mínimo, interessante.
Veja mais da nossa série Marcou 2012 e curta mais de Lana Del Rey no Música Pavê
EU AMO A LANA, ELA É PERFEITA, E EU AMO TODAS AS MUSICAS DELA , E A VOZ DELA É DE UMA DEUSA (PERFEITA) SE EU TIVESE SORTE DE IR NO SHOW DELA EU IRIA COM TODO O PRASER E DESPRESO PESSOAS QUE FALÃO MAL DELA ….SZ SZ SZ SZ SZ SZ SZ SZ SZ SZ.