Gabrielle Aplin e os Retratos de “Phosporescent”

“Como artista, é muito importante que eu esteja envolvida em todos os aspectos dos meus discos, não só na música”, conta Gabrielle Aplin sobre o trabalho que desenvolveu ao lado da fotógrafa Natalie Michelle para dar imagens -e também um filme – ao seu Phosphorescent, álbum lançado no comecinho do ano. Por isso, os retratos tiveram seu formato escolhido a partir do conceito com que a cantora e compositora trabalhou suas novas músicas.

“Quando eu comecei a gravar Phosphorecent, eu descobri que parte do estúdio era abastecida por energia sustentável”, disse ela ao Música Pavê, “não foi por isso que eu escolhi esse estúdio, mas o fato me inspirou a buscar mais energias naturais para o meu processo”. Foi daí que entrou o trabalho com Natalie (ou Nat), sua amiga já há mais de uma década, que realizou uma exposição de seu trabalho em cianótipo em Londres.

A técnica consiste em revelar as fotografias não em uma sala escura, mas com a luz do sol em reação a elementos químicos. – o que pode ser considerado um processo sustentável, já que a principal fonte de energia é a solar. “Quando visitei a exposição, caiu a ficha: O Sol pode ser nosso parceiro no disco”, brinca a cantora.

Para realizar as fotos, Nat conta: “Escutei bastante suas músicas antes de irmos fotografar, para que eu pudesse trabalhar com a sensibilidade de retratá-las”. Ela conta que suas favoritas do disco “mudam a cada dia, mas eu tive que ouvir Don’t Say e Good Enough repetidas vezes para o filme e não enjoei delas. Acho que é um bom sinal”.

Gabrielle explica que a escolha da locação e dos elementos presentes nas fotografias foram feitas com base no conteúdo das canções, além do conceito de Phosphorescent como um todo. “Era importante para que as fotos fossem feitas perto da minha casa, em um ambiente familiar para mim, com toda a natureza do local”, diz a cantora.

“Eu compus essas músicas durante a quarentena, mas eu queria que elas fossem ‘anti-isolamento'”, conta ela, “passamos tanto tempo consumindo música digitalmente, até mesmo nossas amizades eram por meios digitais, vendo as pessoas apenas pela tela, então eu queria um antídoto” – e é por isso que todas as imagens foram feitas ao ar livre.

A conexão com o mundo material, físico, se dá em todos os aspectos do álbum, para além da rvelação das fotografias feitas com a luz do sol. “Comecei a ensaiar as novas composições com uma banda ao vivo no meu estúdio. E todo elemento no disco tinha um lugar físico – como o ar que carrega o som. Eu queria que fosse uma experiência muito humana”, diz Gabrielle, que comenta com alegria o fato de ter fotografias que foram reveladas não só de forma sustentável, mas pelas mãos de sua amiga.

Gabrielle Aplin e Natalie Michele estiveram em São Paulo no começo do ano, poucas semanas após o lançamento de Phosporescent, para uma exposição dos cianótipos e, é claro, show da cantora.

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