Fotógrafo: Thiago Britto

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Uma fotografia consegue emitir som? Para Thiago Britto sim e ele também nos faz escutar e sentir todos os seus clicks. As fotos de Thiago revelam um fragmento de algo que não teve fim, parece que a qualquer momento o guitarrista vai trocar de acorde ou o vocalista vai finalizar seu grito no meio da canção.

Graças a toda a energia que ele consegue congelar em uma foto, nós do Música Pavê decidimos procurar saber um pouco mais sobre seu trabalho. Então aumente o volume do seu fone e tente ouvir o que as fotografias de Thiago Britto tem para dizer.

the basement tracks

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Música Pavê: Como a fotografia entrou na sua vida e que caminhos ela percorreu até chegar na música?

Thiago Britto: Bem, a fotografia entrou na minha vida por meio da curiosidade que eu tinha em relação ao design. Tinha uma câmera básica e tirava algumas fotos pra fazer a arte em cima, percebi que não levava muito jeito pra isso, mas que alguns amigos sempre gostavam bastante das fotos. Apenas das fotos (risos).

No meio desse ciclo de amigos, eu conheci o Matheus Almeida, proprietário da produtora Monster Music. Nos reunimos e recebi o convite pra fotografar os eventos que ele produzia. Nesse ponto, eu notei o quanto me cativava a fotografia musical, em que eu podia registrar não só o show mas também a reação de quem ouvia.

Os registros repercutiram de uma forma ótima e recebi convites pra acompanhar turnês, onde eu pude realmente cair de cabeça dentro do mundo musical. Considero a musica como inicio da minha carreira, ela sim, abriu os caminhos que eu pude percorri até hoje.

MP: A foto de um músico é diferente que uma foto corriqueira? Para você, quais são as características que devem estar em evidência em uma foto relacionada à música?

Thiago: Pra mim, não existe essa diferença. As fotos corriqueiras são completas de som, assim como as fotos dos músicos. Sempre que vejo uma foto feita por mim, consigo lembrar exatamente o som que fazia na hora do registro. O som é algo complementar. Eu prezo sempre em marcar a troca entre o músico e seu publico, é uma característica que pra mim não pode faltar. A satisfação dos dois é apaixonante.

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MP: Ao fotografar algum show, quais são os desafios que você enfrenta?

Thiago: O espaço de palco e a luz. Acho que pra todos os fotógrafos esse é um desafio. Nem todos os lugares te dão liberdade de circular pelo palco todo sem esbarrar em alguém da banda, e ainda por cima escondido. Algumas bandas já levam seu próprio técnico de luz, o que me facilita muito. Sempre tento conversar e ver quais são as cenas dele pra eu já poder preparar algumas coisas, mas quase sempre acabo improvisando. Acho que é ai que está a paixão da coisa toda.

MP: Quais fotos você fica orgulhoso ao dizer “eu fiz esse click”?

Thiago: Um tempo atrás, eu fui registrar um documentário sobre o reencontro do cantor Lenine e Lula Queiroga, pra comemorar os 30 anos do CD Baque Solto. Esse dia eu me orgulhei muito de poder ter esses clicks. Meu pai é um grande fã e foi ótimo poder levar pra casa um registro desses pra ele poder ver.

lenine

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MP: Sua inspiração vem de onde? 

Thiago: Hoje, é possível registrar tudo que se vê, se toca e até se ouve. Logo, as inspirações são infinitas. Eu fiz uma troca muito interessante com dois artistas, Emília Alcoforado e Fabio Alcoforado. Um vídeo onde eles se expressavam da forma que eles sentissem vontade, sem nenhum influencia de direção, textual e nem sonora. A atriz em uma entrevista disse que as suas inspirações vieram de alguma saudade ou de algum carro que passou na rua. Eu levo isso da mesma forma.

MP: Você gostar do som da pessoa que está sendo fotografada ajuda no resultado?

Thiago: Não influencia muito, eu sempre acabo me encantando em qualquer show ao vivo. Acho que vale muito mais a proposta e a troca durante o trabalho. Por mais que uma pessoa não goste de um estilo musical ela sabe o quanto a energia daquilo ao vivo pode causar. Produzo trabalhos com estilos bem distintos, do reggae ao funk, e sempre me sinto realizado com o resultado de ambos.

MP: Qual é o diferencial no seu trabalho?

Thiago: Os olhares são diferentes entre todos os fotógrafos. Isso deixa claro o diferencial do trabalho de cada um. Eu tento sempre me manter atento a quem, além de cantor, estou fotografando. Isso me ajuda a manter o trabalho mais intimista pra mim e creio que também para o cliente.

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