Para esta parceria com o Atelliê Fotografia, conversei com o fotógrafo norte-americano Adam Elmakias sobre seu trabalho com música (ele sai em turnê com gente de peso pelos Estados Unidos e pelo mundo), a vida na estrada e como ele retrata os músicos com quem trabalha. Você pode conferir o que ele disse sobre esses assuntos abaixo, assim como um pouco de suas fotos, mas saiba que a maior parte da conversa está publicada lá no Atelliê. Vale a pena dar uma olhada – é só clicar neste link aqui.
Música Pavê: Como é a sua rotina em turnê?
Adam Elmakias: Depende de turnê em turnê, depende se estamos nos Estados Unidos ou em outro país, se a banda vai tocar pra 500 pessoas ou pra 10 mil pessoas. Mas, meu dia básico seria acordar entre 9 e 10 da manhã (a produção acorda mais cedo, a banda acorda mais tarde), aí eu respondo emails e trabalho em algumas fotos. O trabalho com os músicos começa mais tarde, depois do almoço, lá pelas 15h ou 16h. Não é tão diferente assim de uma “vida normal”, você apenas troca uma casa por um ônibus de turnê, a sua geladeira por um buffet e é tudo do mesmo jeito, com exceção que a gente tem muito tempo livre na estrada (durante as viagens). Se a banda é pequena, dá pra gente ir conhecer as cidades, fazer coisas assim. No fim das contas, tudo se resume a decidir onde comer e conhecer o lugar do show. É legal.
MP: Você está sempre com esses rockstars, viaja com eles e tal. É fácil alguém nesse meio acabar entrando no estilo de vida “rock’n’roll” deles?
Elmakias: Uhm… (pausa) Sim (risos). Mas eu, pessoalmente, sempre tive muito autocontrole. Às vezes, é difícil encontra rum equilíbrio saudável, mas eu aprendi cedo (e aprendi da maneira mais difícil) o que fazer e o que não fazer já na minha primeira turnê, e, por sorte, eu não sou muito “doido”, então eu acabo ficando na minha a maior parte do tempo. É bom ser amigo dos músicos, mas eu sou um contratado deles. Não quero acabar me envolvendo em algo que vai atrapalhar eles, e também fica mais fácil pra eu trabalhar quando as pessoas falam menos comigo e tal. (pausa) Acho que eu consegui responder de maneira bem segura (risos).
MP: (risos) Sim, sim, conseguiu.
Elmakias: Mas você entendeu o que eu quis dizer, né? Eu costumo ficar na minha quando estou em turnê, fora dos holofotes em que os músicos estão.
mike posner
a day to remember
all time low
MP: Nas fotos promocionais, essas sessões de fotos que você faz com as bandas, como você acha que os músicos devem ser retratados?
Elmakias: Bem, na maior parte dessas fotos posadas que eu faço, eu só estou fazendo porque eles precisam, sabe? Eles precisam de imagens “básicas” deles ali parados, ou fazendo alguma coisa, eles precisam pra “vender a imagem deles”. Mas, sei lá, a gravadora ou o selo retrata eles de uma maneira que vai vender os discos. Uma foto deles não é necessariamente um retrato de como eles são pessoalmente, porque eles ali representam uma banda, e não a si mesmos.
MP: Mas se você pudesse deixar de lado isso das gravadoras e tivesse total liberdade na hora de fotografar uma banda, o que você faria?
Elmakias: Isso pode soar meio clichê, mas o que eu mais gosto são aqueles momentos em que eu já estou íntimo o suficiente deles para que eles não notem mais a minha presença, é aí que eu começo a fazer as melhores fotos, como quando eles vão subir ao palco, ou quando estão todos sendo eles mesmos. Às vezes, eles estão juntos e eu quero fazer uma foto, mas eles meio que posam pra câmera. Mas aí, quando estão entrando no palco, eles estão concentrados no show e acabam ficando mais naturais para as fotos.
MP: E o que você tem ouvido ultimamente?
Elmakias: Eu comecei a ouvir um rapper chamado Machine Gun Kelly hoje, ele é ótimo. Também Mackelmore (que também é um rapper), M83, You Me At Six, Drake, Crosses e Go Radio.
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