Especial 2022: As Capas de Discos do Ano
Imagens que carregam estética, mensagem e identidade de todo um álbum e que, ao lembrarmos dessas músicas, ou mesmo dessa época, elas logo nos vêm à mente.
A equipe Música Pavê selecionou as capas de discos que mais se destacaram ao longo de 2022, e que devem ser lembradas nos próximos tempos como ícones deste ano.
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Kendrick Lamar – Mr. Morale & The Big Steppers
Depois de ter registrado artistas como Mary J Blige, Issa Rae e as irmãs Williams, a fotógrafa Renell Medrano lançou uma das imagens mais icônicas de 2022 na capa de Mr. Morale & The Big Steppers. A coroa de espinhos, que poderia remeter a uma perfeição sagrada de alguém perseguido, questiona se realmente existe imperfeição numa parede com borrões de tinta, numa cama que acolhe a vida caótica da parentalidade, na arma da figura paterna. Que perfeição se espera de algo já posto como imperfeito? (Vítor Henrique Guimarães)
Harry Styles – Harry’s House
A foto de Hanna Moon brinca com o título do álbum e mostra uma casa (e o próprio artista) de ponta-cabeça. Com canções inspiradas por lugares como o Japão e Los Angeles, o disco faz lar em lugares variados. O estilo se apropria de peças consideradas femininas e mostra um Styles mais sóbrio, abrindo as portas para um passo mais maduro do cantor. (Nathália Pandeló Corrêa)
Rosalía – MOTOMAMI
Há obras ambiciosas que entendem o tamanho de sua potência, e várias que, dotadas de qualidades bastante medianas, vivem sob o constrangimento de não ser tudo aquilo que prometeu. MOTOMAMI sempre entendeu que era um dos raros exemplos do primeiro grupo e tudo no álbum foi elevado à categoria de “icônico”. Na capa, Rosalía é sobre-humana sem perder o bom humor, com o rosto mais escondido que o corpo, e, como queria, marcou época com o design. Nasceu histórica. (André Felipe de Medeiros)
Beyoncé – Renaissance
Esbanjando poder e bravura, a capa do icônico sétimo disco de estúdio de Beyoncé é uma das mais marcantes de 2022. Nela, a cantora aparece montada em um cavalo de luzes reluzentes – que ficam à disposição das múltiplas interpretações. É eletrizante a representação da imagem feminina dentro do conceito que a artista busca através do álbum: despertar unicidade, força e sensualidade desde a identidade visual às faixas que integram o projeto. (Isabela Guiduci)
Dry Cleaning – Stumpwork
O nome do álbum escrito com pentelhos em um sabonete. É apenas – e tudo – isso o que se vê nessa capa, que parece brincar com o nome do disco e retratar um bordado com elementos nada convencionais. A arte nos cativa tanto pela ousadia de evidenciar aquilo que é visto como banal (ou mesmo grotesco) na capa de uma banda já consolidada na cena pós-punk inglesa, quanto por expressar visualmente todo o atrevimento refinado das músicas de Stumpwork. (Marília Ferruzzi)
Yeah Yeah Yeahs – Cool It Down
Esta é uma capa que intriga, fazendo com que você tente encaixá-la em alguma narrativa que faça sentido. Porém, assim como qualquer forma de arte, a fotografia pode ser interpretada de diversas formas. Vemos uma mulher flutuando para o céu, fugindo de um fogo intenso. Está sendo abduzida e sendo resgatada de um mundo caótico? Arrebatada para longe do perigo? Vítima de uma explosão? O que podemos facilmente concluir é que é uma fotografia linda e que é uma das capas mais interessantes do ano. (Carolina Reis)
Alaíde Costa – O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim
Eu poderia falar sobre esse disco maravilhoso, com produção de Emicida e Marcus Preto, que proporcionou o retorno de Alaíde Costa a um estúdio de gravação catorze anos depois, mas estou aqui para falar sobre sua belíssima capa. Um conceito simples, onde vemos apenas seu rosto em filtro preto e branco, com um semblante que mistura alívio, calma e felicidade. Representando os calos, lá estão suas rugas, simbolizando toda uma história que não é só dela, mas de todo povo preto do Brasil. (Diego Tribuzy)
Rico Dalasam – Fim das Tentativas
Com foto de Larissa Zaidan e arte de Oga Mendonça, o registro sensível que marca a capa do EP Fim das Tentativas traz Rico Dalasam despido, de costas, vulnerável. Ao mesmo tempo, centralizando o corpo do artista, a imagem resume a ideia deste projeto de que, apesar das marcas deixadas pelos amores, o amor maior de Rico é ele mesmo. (Guilherme Gurgel)
Sessa – Estrela Acesa
Assinada pelo porto-riquenho Noshua Nazario, a capa do álbum Estrela Acesa traduz bem o ar de leveza e delicadeza do disco. São pinturas simples e quase infantis, que misturam símbolos desde a mitologia e o judaísmo até a natureza e a própria música, dispostas em forma de grade, com uma foto do cantor ao centro. A ideia, como disse Sessa ao Pavê, foi de visualizar a sensação das músicas através da capa, ou seja, de traduzir as músicas em imagens, mas sem tanta literalidade. Deu certo. (Lili Buarque)
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