Especial 2021: As Capas de Discos que Marcaram o Ano

Das miniaturas nas plataformas de streaming às capas de vinil, a arte de um álbum faz parte integral da experiência de escutar suas faixas. Algumas delas, assim como videoclipes, vêm à memória assim que pensamos em uma determinada música, ou mesmo em uma época.

Entre os muitos discos lançados ao longo de 2021, a equipe Música Pavê selecionou as artes mais memoráveis, que entrarão para a história – e em nossas lembranças pessoais – como ícones para suas faixas.

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Lil Nas X – Montero

Essa não é apenas uma das mais belas capas de disco do ano, como, sem dúvida, é a que mais deu o que falar em 2021. Lil Nas X, um dos artistas do ano segundo a equipe do Música Pavê, traduziu sua sexualidade, previamente exposta ao mundo, através desta obra de arte que é a capa de Montero. Nudez, arco-íris, Olimpo Grego, borboletas, ou seja, diversos elementos simbolizando a fase do artista, e trazendo ainda mais beleza ao mundo da música. (Diego Tribuzy)

Linn da Quebrada – Trava Línguas

As cores quentes remetem a um amanhecer que, dentro de um jogo de luz e sombra, revelam uma Linn em paz, pronta para renascer na capa de Trava Línguas. Toda a sua construção estética reflete as nuances e contradições presentes no álbum, em que a artista explora ritmos e emoções para contar – e, ao mesmo tempo, entender – a sua história: a de uma travesti, preta e brasileira. Uma das capas mais bonitas de 2021, fazendo jus a uma obra de enorme destaque. (Geovana Diniz)

Rodrigo Amarante – Drama

Quem ainda gosta de ouvir um álbum de ponta a ponta sabe que a capa é um dos elementos importantes para a experiência musical. A de Drama foi uma das coisas mais legais dessa temporada. O Artista Hernan Paganini é o responsável por essa maravilha. Gosto de quando a arte exposta é subjetiva, cabe a cada ouvinte determinar o que ali está. Formas quase geométricas, somando com espaços abstratos e rimando com as cores quentes. (Rômulo Mendes)

Tyler, the Creator – Call Me If You Get Lost

A arte é impactante por sua assertividade e simplicidade. O rosto de Tyler estampa a capa em um documento de identificação. Nos dados, estão o local de origem e data de nascimento reais do rapper e o dia de lançamento do disco. Segundo o próprio artista, a capa foi inspirada em permissões de viagens do início dos anos 1900. Uma arte que casa muito bem com um álbum que é também sobre viajar. (Marília Ferruzzi)

MC Carol – Borogodó

Nessa capa, MC Carol assume o papel de Vênus do famoso quadro de Sandro Botticelli, O nascimento de Vênus. A favela, as caixas de som e o Toddynho ganham lugar nesse cenário. Além disso, as cores e traços lembram o pintor colombiano Fernando Botero, conhecido por suas recriações de quadros famosos. Botticelli, Botero, Borogodó… Tudo isso endossa a frase na capa do disco, que diz: “Funk é arte”. (André Moraes)

Juçara Marçal – Delta Estácio Blues

O segundo álbum solo da cantora aborda temas como negritude, racismo e o feminino. A capa, com foto de Aline Belfort, me faz perceber uma Juçara em agonia, lutando para se libertar e ser vista em sua forma original, nua, entregue. E faz todo o sentido com o conteúdo do disco, com sonoridades eletrônicas novas no trabalho da artista, em uma demonstração de renascimento ou libertação. (Lili Buarque)

Giovani Cidreira – Nebulosa Baby

Um homem preto só, porém acompanhado, mesmo que pela solidão de um muro de pedras e uma névoa em forma de “N”. Assim Giovani Cidreira apresentou seu Nebulosa Baby. Um homem preto desesperado, pendurado ou levitando, com algo na mão, como se estivesse esculpindo a si mesmo e sua arte, não se sabe. Assim foi o processo de construção do disco com capa em tons azuis e um corpo preto em destaque. Mais uma vez. (Rafaela Valverde)

Menção Honrosa: Halsey – If I Can’t Have Love, I Want Power

“Um álbum conceitual sobre as alegrias e os horrores do parto” foi a maneira com que a artista descreveu a obra, anunciada com uma arte belíssima que, por si só, já comunica o conteúdo do disco e ainda levanta discussões relevantes e urgentes. Mesmo com uma versão sem mamilo para as plataformas de streaming, a imagem da cantora entronizada consegue vir à frente das músicas, que já falam alto por si só. (André Felipe de Medeiros)

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