2023: Capas de Discos que Marcaram o Ano
Se nosso contato hoje com as artes que acompanham os álbuns são majoritariamente em versões reduzidas, nas telas de aplicativos em streaming, as capas de discos continuam sendo forte elemento de identidade das obras, dando continuidade à tradição de tantas décadas atrás.
Em 2023, elas seguiram seu propósito de nos fazer reconhecer a qual universo uma faixa pertence, e a reforçar narrativas e mensagens presentes em seus álbuns. Das tantas capas de discos que passaram pelo Música Pavê durante o ano, estas foram as que a equipe do site apontou como as mais marcantes.
Acompanhe todo o Especial 2023 no Música Pavê.
Kali Uchis – Red Moon in Venus
A borboleta é um símbolo universal de transformação. Em seu terceiro álbum, a colombiana assume sua melhor forma ao explorar mais da essência de sua música – Kali é cosmopolita e contemporânea na estética e nas letras, ela não se encerra em um território geográfico ou musical. A arte de Red Moon in Venus nos mostra tudo isso, uma artista fora de seus casulos que se torna sinônimo do que a música tem de melhor em 2023. (André Felipe de Medeiros)
Mahmundi – Amor Fati
Há dez anos escrevendo sobre o trabalho de Marcela Vale, percebo como é recorrente trazer alguma qualidade nostálgica aos seus lançamentos, como a estética oitentista que marca boa parte da sua obra. Em Amor Fati, talvez a descrição não seja a de uma estética saudosa, mas clássica, em uma combinação de bom gosto, melancolia e reverência a esse formato. (André Felipe de Medeiros)
Amaarae – Fountain Baby
Para entender a energia do incrível segundo disco da artista ganense, basta olhar para a foto na capa: Sexy, dançante e misteriosa. Com o rosto parcialmente oculto, a artista está mais descrita pelo movimento e pela sensualidade em sua roupa molhada. E isso conversa diretamente com a forma como Amaarae se expressa pelo álbum: Se revelando aos poucos em produções exuberantes, o que resulta em um disco cheio de fluidez. (Guilherme Gurgel)
Yves Tumor – Praise a Lord Who Chews But Which Does Not Consume; (Or Simply, Hot Between Worlds)
É sempre instigante pensar nas interpretações possíveis da arte de Yves – são várias. Uma possível aqui é: Inicialmente, a exploração de algo onírico e perturbador, um tipo de demônio da paralisia do sono (na capa do álbum Safe In The Hands of Love, de 2018), indo para uma entidade em ritual de invocação (Heaven To a Tortured Mind, 2020), chegando agora na figura integral, fruto de todo esse processo. Yves, agora, é real. (Vítor Henrique Guimarães)
Caroline Polachek – Desire, I Want to Turn Into You
A energia caótica de uma imagem levemente desfocada nos pontos de maior atenção, preenchida em todos os seus espaços e dinâmica com a pose da cantora, que sugere, assim como o cabelo esvoaçante, o instante em meio a um movimento. Poucas obras no ano trouxeram tanto para os olhos como a capa de um dos discos mais divertidos dos últimos tempos. Talvez seja o retrato de um sonho, talvez seja apenas uma brincadeira. Arte de verdade costuma ser assim. (André Felipe de Medeiros)
Acompanhe todo o Especial 2023 no Música Pavê.