Coletânea: Clipes em Animação

Brad Bird, o diretor de Os Incríveis e do próximo Missão Impossível, disse uma frase ótima (que eu não vou lembrar exatamente para colocar entre aspas) durante uma entrevista em que lhe perguntaram se seu filme da família de super-heróis poderia ser considerado um “filme de ação”. Ele respondeu que “animação” não era o gênero, mas o formato em que o filme tinha sido feito (ou seja, a produção era sim “de ação”). No mundo dos videoclipes, o formato animado cria universos que ilustram a música em histórias, quadros e sensações que a realidade fora da tela não possibilitaria. Tanto que “animação” é um dos temas e tags mais vistos aqui no Música Pavê e tava na hora de mostrarmos uma coletânea com alguns destaques do formato (e não “gênero”) por aqui. E “desenho animado” remete imediatamente à infância, então a ordem é se divertir com estas produções de diferentes tempos, locais e estilos.

Pearl Jam – Do The Evolution (1998) – O bom e velho desenho bidimensional foi o formato escolhido pelos diretores Todd McFarlane (criador do Spawn) e Kevin Altieri (da série animada dos Caça-Fantasmas) para contar a história do nosso planeta desde o início da vida até seu fim catastrófico causado pela humanidade. A animação sabe explorar a força do tema dentro do ritmo da música.

Black Sabbath – Get a Grip (1995) – Por falar em 2D, esse clipe aproveita a dinâmica da animação colorida a mão, que por si só já traz movimento com o efeito das diferentes cores em quadros seguintes. Além disso, só com animação seria possível contar uma história tão lúdica.

Röyksopp – Happy Up Here (2009) – Estilo diferente, mas a mesma filosofia do anterior. Nesse aqui, a dupla norueguesa se aproveitou das possibilidades ilimitadas que o formato traz para criar, junto ao diretor Reuben Sutherland, uma obra com a câmera livre por um cenário criado em computador e com figuras do jogo Space Invaders atacando a cidade. Diferentemente do desenho bidimensional, aqui o hiper realismo da animação traz uma pegada totalmente diferente, o que fica muito bem para a música eletrônica.

Peter, Bjorn and John – Young Folks (2006) – Aqui a computação gráfica não se preocupa em grandiosos cenários e efeitos visuais, mas se inspira em Lichtenstein e na pop art para criar uma animação 2D, simples e divertida, pelas mãos dos diretores Ted Malmros e Graham Samuels. Leia mais sobre essa música neste link.

Iron Maiden – Wildest Dreams (2003) – A animação feita em computadores se desenvolveu na medida em que surgiu uma demanda nos videoclipes para esse formato. Neste caso, a iconografia da banda de heavy metal ganhou vida em uma corrida entre seus integrantes em clima de videogame por um cenário recheado de referências dark, com presença do personagem Eddie, mascote da banda há mais de 30 anos.

Frejat – Túnel do Tempo (2003) – Roberto Frejat lançou em 2001 o inesquecível Segredos, que foi um marco tanto em sua carreira, quanto na produção de clipes no Brasil. Com direção de Renan de Moraes, Maurício Vidal e Flavio Mac, a narrativa retorna ao universo lúdico de Segredos para contar uma história igualmente fofa entre o músico e um simpático cachorrinho.

Blur – Good Song (2003) – Mas se engana quem pensar que, com o advento da computação gráfica, a animação tradicional entrou em extinção.  Prova disso é este clipe, lançado no mesmo ano dos dois anteriores, que mesmo sem ter sido feito todo a mão, honra em seus traços a herança dos desenhos animados para criar uma obra cheia de melancolia. A direção é do inglês David Shringley em parceria com o coletivo Shynola.

Jamiroquai – (Don’t) Give Hate a Chance (2005) – Outro que reconhece as origens da animação é esse clipe dos também britânicos Jamiroquai. A inspiração veio de uma série italiana chamada La Linea e traz uma produção cheia de movimentos e cores, tudo a ver com a música da banda.

Linkin Park – Breaking the Habbit (2003) – Joe Hahn, o DJ da banda, dirigiu essa produção inspirada nos tradicionais animes vindos do Japão, sob a supervisão de Kazuto Nakazawa (que fez a sequência animada de Kill Bill – Volume 1). Novamente, aqui o som enérgico se aproveita do dinamismo natural dessa estética, dessa vez causado pelos traços do desenho.

Cage The Elephant – Aberdeen (2011) – Outra técnica que sempre foi utilizada em videoclipes é a stop motion, um tipo de animação que coloca fotografa cada quadro e os coloca em sequência. É o caso deste clipe, feito todo com figuras de argila, com todo o seu charme vindo do movimento característico de produções assim e também da textura do material.

Marcelo D2 e Seu Jorge – Pode Acreditar (Meu Laiá, Laiá) (2009) – E como a animação tá aí pra criar opções visuais que não são possíveis no mundo real, esse clipe sabe explorar bem essa função, transformando o que poderia ter sido um vídeo simples em uma produção interessante ao colocar desenhos por cima da gravação.

Curta mais clipes feitos em animação aqui no Música Pavê

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1 Comments on “Coletânea: Clipes em Animação

  1. Oi. saberia dizer o nome de um clipe no qual aparece um boneco de tricô que fica andando por aí e acaba descosturado?

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