Rockologia: Rock na África do Sul
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, o planeta havia passado por transformações drásticas e definitivas que jamais haviam ocorrido antes na história humana. Após estes dois acontecimentos, o mundo, através do avanço das comunicações, transportes e da economia internacional, passou a se tornar mais interligado, sendo palco de contatos e trocas culturais entre todos os países existentes. De carona nestas transformações, o Rock passou a ser um produto cultural de destaque e aceitação em quase todos os países do mundo, incluindo a África do Sul.
O Rock desembarcou por lá em meados da década de 1970, após o fim da ligação colonial com a Inglaterra, que ocorreu em 1961, o que já havia trazido para o país não só a língua, mas forte influência cultural. A vertente britânica do Rock, popularizada pelos Beatles, atingiu a juventude local, principalmente a parcela branca da população, filhos dos colonizadores ingleses nascidos por lá, que passaram a admirar o gênero musical. Já a população negra do país, ao contrário dos brancos, vivia separada e isolada pela vigência da lei do Apartheid, impedindo o contato e a miscigenação racial, e consequentemente não tinham condições de apreciar nenhum produto vindo de fora.
Após 25 anos de segregação racial, o regime do Apartheid se encerrou nos anos 90. Com esta nova sociedade nacional, as interações entre a população, ainda que devagar, aconteceram, assim como o Rock, que ganhou sua popularidade entre os jovens negros e que também passaram a compor e formar suas bandas.
Desde aquela época e até hoje, o Rock conquistou muitos fãs no país, contribuindo também para a integração de duas juventudes separadas por longas décadas, sendo a parcela negra da população vítima de preconceito e de uma violência simbólica pelos brancos. O Rock da África do Sul se tornou um importante marco simbólico para todas as suas juventudes.
Autopilot – Beautiful
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