Entrevista: Garotas Suecas
A banda Garotas Suecas vem conquistando cada vez mais fãs com seu som alegre e animado que não abre mão das boas letras. Outra prioridade em seu trabalho é a produção de excelentes clipes, o que fica claro a cada vídeo que eles lançam. Conversamos com Tomaz Paoliello, guita e vocal, sobre o novo Banho de Bucha, que será lançado em breve com participação do Jacaré (É o Tchan), a experiência de gravar clipes e novos elementos que farão parte de futuros sons deles. Aproveite a entrevista e os vídeos para já começar o aquecimento pro Planeta Terra, já que eles foram confirmados essa semana no line up.
Codinome Dinamite
Música Pavê: Para vocês, qual o maior ponto positivo e o negativo de fazer videoclipes?
Tomaz Paoliello: O clipe dá uma nova leitura para a música. Muitas vezes, tínhamos uma idéia do que a música significava e ela adquire uma segunda dimensão, que é atribuída pelas imagens. Temos muita lembranças de músicas marcantes “misturadas” com nossas lembranças dos clipes dessas músicas. É claro que isso é positivo e negativo, porque muitas vezes sugere uma interpretação para uma obra que antes era bem mais flexível. Depois que você faz um clipe para uma música ela nunca mais é a mesma.
MP: A MTV tem grande papel na carreira da banda por ter lhes dado um prêmio no VMB em 2008. O cuidado e preocupação que vocês tem em fazer bons clipes vem a partir daí ou, mesmo se não tivessem ganhado (se não fosse uma banda na qual a MTV “apostou”), vocês investiriam tanto nas produções?
Tomaz: Nós adoramos fazer clipes, sempre nos divertimos com atuar e tal. Pra nós, faz parte do trabalho criativo da banda também surgir com bons clipes. Por isso sempre nos associamos a pessoas legais que possam nos ajudar a chegar a bons resultados. Sobre a MTV, aquilo foi muito legal e sem dúvida nos estimulou a continuar fazendo clipes. Quem gosta de música é fã da MTV. Eu passei boa parte da minha vida vendo clipes das bandas que eu gostava. Só para lembrar, a MTV nos escolheu com mais 5 artistas e foi o público que nos escolheu entre esses 5. Agradecemos à MTV e ao público.
Difícil de Domar
MP: Que envolvimento vocês tem na concepção dos clipes?
Tomaz: Bastante. Todos os clipes que fizemos foram desenvolvidos ao lado de amigos nossos que estudam ou trabalham com cinema. Nisso tivemos sorte, pois temos muitos amigos talentosos e com vontade de trabalhar. Não temos o conhecimento técnico, mas participamos da produça e do roteiro. Corremos atrás. Um dos lances legais da forma “indie” de se envolver com música é ter controle e participação em todas as atividades da banda.
MP: Em Bugalu e Codinome Dinamite, o espaço urbano tem participação direta nas produções. Como foi fazer Banho de Bucha em estúdio?
Tomaz: Banho de Bucha é inteiro em estúdio. Ele é nosso segundo clipe assim, o primeiro foi Difícil de Domar. O espaço urbano faz muito sentido para nós, principalmente as duas cidades mencionadas. (São Paulo e Nova York) A cidade tem muita influência na forma como pensamos música. A mistura de diferentes influências, reconhecidas e não reconhecidas, uma espécie de sobreposição de informação. Os próprios clipes e locais escolhidos refletem isso. Fora que os becos da Vila Madalena e o ano novo em Chinatown já oferecem um cenário perfeito. Nesses clipes não tivemos que gastar nada com cenografia!
MP: E como foi a experiência de gravar (e “segurar o Tchan”) com o Jacaré em Banho de Bucha?
Tomaz: Foi genial! Fizemos em um sábado, e foi um dos dias de trabalho mais legais que já tivemos com a banda. Quem agitou foi a produtora Massa Real, e a direção é do Suza e do Arthur Warren, e eles fizeram tudo rolar perfeitamente, como imaginávamos que seria. A idéia de fazer esse clipe com o Jack tinha surgido durante as gravações do disco, então conseguir fazer foi a realização de um sonho. Admiramos muito o cara e depois de trabalhar com ele a admiração só aumentou. Ele já chegou chegou cheio de idéias e aprender a dançar com o cara foi muito divertido. Tínhamos como referência mesmo aqueles clipes do É o Tchan, que achamos que é uma das relações mais perfeitas entre imagem e música (já que estamos falando disso). A música precisa da dança e a dança precisa da música. Queríamos ter isso também com um som nosso.
Teaser de Banho de Bucha
MP: O que vocês aprenderam com cada uma dessas produções? Como esses aprendizados influenciam nas escolhas dos próximos clipes?
Tomaz: Aprendemos que o clipe depende principalmente de uma boa idéia. Mesmo pensando num daqueles clipes mega produção, os que são lembrados são os que tem conceitos legais ou boas sacadas. Nesse sentido, o clipe nem precisa de muito investimento, mas precisa executar bem o que ele se propõe. Outra coisa interessante que pensamos é em músicas que tenham “cara de clipe”. A linguagem de edição é muito importante pra clip e a música precisa ter um ritmo que induza isso também.
MP: A imagem divertida e cheia de energia da banda está muito bem consolidada. Como é compor e tocar sempre com essa animação toda? Vocês acham que vão precisar uma hora fazer uma pausa e trabalhar em projetos paralelos mais “calminhos” pra repor as energias?
Tomaz: Aprendemos a tocar em balada. A carreira da banda foi sendo feita nesse tipo de palco. É uma delícia. Adrenalina e suor. Energia não falta. Tocando em festivais, tentamos passar esse mesmo tipo de clima. Tocamos em um festival em Seattle, de dia, num palco gigante, e todo mundo saiu dançando. Isso é vitória. Mas sentimos necessidade de criar espaços mais calmos em shows ou em outros tipos de palcos, como teatros. Preferimos investir nosso tempo na banda e tentar chegar a novos resultados trabalhando juntos. Já pensando num novo trabalho, devemos criar algo mais intimista, mais reflexivo. Aguardem.
Bugalu
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Excelente entrevista! 🙂
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