“Coisas Naturais”: Marina Sena É Consagrada no Circo Voador

No último 17 de maio, Marina Sena se apresentou em sua segunda noite seguida esgotada no Circo Voador – lugar que parece o cenário perfeito para seu show – com o recente Coisas Naturais. Confesso que, mesmo com ingresso esgotados, me surpreendi: Era quase impossível de se movimentar e tentar achar um lugar na plateia. Sinal de que seria um show bom.

Em Coisas Naturais e Numa Ilha, havia momentos em que quase não se conseguia escutar a voz de Marina – o público cantava e ecoava por todo o Circo Voador. O figurino, já apresentado em shows anteriores, não deixa de ser surpreendente ao vivo junto da iluminação minimalista (um dos poucos momentos em que o telão não passava imagens da artista).

O repertório passou por toda sua discografia, com direito a metais e sopros na banda. A cantora sustenta a plateia durante o show inteiro mesmo sem balé (salvo em algumas faixas, que contam com um bailarino), apenas com seu carisma, presença de palco e talento. Mesmo em lados B, era possível escutar todo o redor cantar. O ponto alto para mim foi a sequência de três músicas: Desmitificar, CARNAVAL e Dano Sarrada, que ganha roupagem mais abrasileirada nesse show, sendo quase uma versão acústica e com instrumentos de sopro – gosto mais dela do que a de estúdio. O show também teve a participação da cantora italiana Gaia em TOKITÔ.

É bonito ver depois de três anos desde o primeiro show solo de Marina Sena no Circo Voador (com De Primeira) seu crescimento e consagração como artista, com um público completamente mais apaixonado que a primeira vez que a vi ali em 2022, e o reconhecimento e admiração de um público majoritariamente LGBTQIA+. Em sua performance de Ouro de Tolo, que fecha o show, tudo é confirmado e ela comprova que pode até tentar ser sub, mas é artista.