Papo em Dia: ROHMA

foto por ana alexandrino

Aqueles nomes que já apareceram pelo Música Pavê em algum momento no passado e deixaram saudades retornam para colocar o Papo em Dia com quatro perguntinhas.

ROHMA

O que aconteceu desde a última vez que nos falamos

“Desde agosto de 2022 aconteceram muitas coisas dentro e fora de mim. Naquele mês lançava um álbum muito importante para mim, @rroboboy, gravado no Rio com um team sensacional: Jonas Sá, Pedro Sá, Thiago Nassif, Letrux etc. Nesses dois anos e meio, divulguei o trabalho em shows pelo Brasil, na Itália, continuei a parceria com Letrux – que ficou cada vez mais próxima e estimulante -, lancei novas músicas e clipes, como Samba Sbagliato, dando continuidade ao som criado com essa turma carioca, mas fazendo sempre uma ponte com a Itália, envolvendo um dos maiores baixistas do mundo, Saturnino. Mais que tudo, nesse período, defini mais ainda minha personalidade artística e vocal e adquiri uma consciência e segurança em relação a minhas capacidades que antes não tinha. Fiquei também quieto organizando com calma esse novo trabalho que apresento agora”

O que mudou e o que não mudou na maneira como você vive a música nesse período?

“Mudou muito, foquei muito mais no processo de criação, a composição, a importância da vocalidade e da interpretação e muito menos a performance e o lado ‘externo’ de uma apresentação artística. Me distanciei também bastante de redes sociais, sobretudo depois que cancelaram meu perfil no Instagram por uma censura ridícula. No final, foi algo bom, pois joguei minha energia no que realmente interessa, a essência, o cerne do fazer artístico, que frequentemente esquecemos por causa da loucura algorítmica. Por isso, Tabula Rasa, zerei tudo e recomecei de novo! Inclusive musicalmente, abandonando meus amados beats e synths e voltando a um som tocado, essencial: Piano e voz, violão e voz”

Quais são suas novidades?

“Minha novidade principal é esse novo EP artístico, Tabula Rasa, com seis músicas nessa estética orgânica, unplugged, com uma inédita sensacional, A Loba, composta por Laura Diaz (Teto Preto), que ela me deu de presente três anos atrás, e por André Sztutmann, que a produziu com Pedro Sá. Nela, tocam artistas incríveis como Pedro Sá, Maria Beraldo, outros dois membros do Teto Preto, e representa esteticamente tudo que descrevi acima. Tem também outras músicas do meu repertório, mas com arranjos novos e intensos que me representam melhor neste momento. Esse disco é também um projeto artístico, pois sai em três formatos: o digital, um CD tradicional com projeto gráfico muito peculiar e em formato álbum de arte, em tiragem limitada de 30 cópias com obras das artistas plásticas italianas Silva Cavalli e Maura Cantamessa. É uma edição de luxo, realizada na Itália, rara hoje em dia, que valoriza justamente o trabalho de todos: artistas, músicos, gráficos, produtores, fotógrafos… Me parecia justo voltar à materialidade que perdemos na fluidez do mundo digital. Hoje escutamos músicas e mal sabemos quem canta, quem compôs, quem tocou nelas, quem fez a capa etc. Na verdade, na extrema e ilusória visibilidade do produto nas redes, todos os criadores se tornam invisíveis, o talento de cada um desaparece”

Quais outros artistas/bandas você tem escutado?

“Escuto muita música brasileira assim chamada indie. Meus colegas e amigos: Letrux, Teto preto, Mãeana, Pedro Sá, Jonas Sá, Thiago Nassif, Yantó e muitos outros. Considero a cena musical brasileira contemporânea a melhor em absoluto, tem um fervor, uma autenticidade e um domínio técnico que pouco se vê fora do Brasil. Mas não deixo também de escutar minhas referências desde sempre: Björk, Grace Jones, Bryan Ferry, David Bowie, Djavan, Ney Matogrosso, a italiana Alice, Franco Battiato etc.”

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