Dicas de Discos do Mês: Janeiro/2024

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de janeiro de 2024.

Kali Uchis – ORQUÍDEAS

A colombiana iniciou o ano com argumentos suficientes para estar presente nas listas de dezembro. Primeiro porque ORQUÍDEAS reúne muitos lados diferentes de seu som, de flertes com um r&b psicodélico com o reggaeton, e todo o universo que cabe dentro desse espectro. Depois porque ela acerta em hits pouco óbvios e parcerias certeiras para o mundo pop, como Karol G e Rauw Alejandro). Por último, e acima de tudo, é um álbum que escutaremos à exaustão até o fim do ano e além. (André Felipe de Medeiros)

Totô de Babalong – Pescoço Salgado

Em Pescoço Salgado, Totô continua seu passeio pela música pop brasileira, tendo o brega como fio condutor, enquanto fala sobre amores, paixões e desencontros. O som é ensolarado, sensual e tropical, ideal para um pôr do sol na praia, com uma caipirinha na mão. As participações de Rachel Reis, RDD e Gaby Amarantos são pontos altos do disco e a produção fica por conta do multi-instrumentista João Mansur, com Tomás Troia na faixa de abertura. (Guilherme Gurgel)

Future Islands – People Who Aren’t There Anymore

Com frequência, gêneros como o synthpop tornam-se plastificados, artificiais demais. Mas os segundos iniciais de King of Sweden provam que Future Islands não. No sétimo disco, a banda expande seu repertório que faz do sintético sublime, combinando letras sensíveis e sua assinatura sonora inconfundível: Baixo bem marcado, bateria pulsante, sintetizadores beirando o onírico e vocais dramáticos. Se já conhece a banda, se encantará de novo. Se ainda não conhece, este é um ótimo começo. (Bruno Maroni)

Mombojó – Carne de Caju

Que homenagem! Mombojó lançou o excelente Carne de caju, disco com sonoridades regionais que não costumamos ouvir nessas duas décadas de banda. Mas a explicação é óbvia: Trata-se de um álbum composto apenas por canções de Alceu Valença, ícone da música de Pernambuco, terra dos meninos. Mas, não se engane, a identidade da banda está todinha ali. A escolha do repertório é bem interessante e traz hits do cantor, como Tomara e Como Dois Animais, mas também conta com outras menos badaladas, como Amor que Vai – lançada previamente como single, que originou um dos melhores discos de versões lançados em solo brasileiro nos últimos anos. (Diego Tribuzy)

The Smile – Wall of Eyes

Para quem não sabe, The Smile é formada por Thom Yorke e Jonny Greenwood, que – para quem também não tava sabendo – constituem uma boa parte do que é Radiohead. Digo isso porque ambos são responsáveis pela estética e muito da identidade do grupo, e os mesmos elementos são trazidos para este projeto com o baterista Tom Skinner – até mesmo o artista Stanley Donwood assina novamente a capa. Neste segundo disco, somos brindados com oito faixas que esbanjam a liberdade criativa e amplitude emocional com que os dois ficaram conhecidos. Que bom, era exatamente o que nós, seus admiradores, queremos de seus trabalhos. (André Felipe de Medeiros)

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