Lianne La Havas reúne no palco sua “nova família” de músicos brasileiros

Lianne La Havas me disse uma vez que o que faz uma música ser boa é uma melodia. Desde então, sempre que ouço algo seu, imagino como ela compõe baseada nessa perspectiva. E não há melhor maneira para apreciar suas melodias do que um formato minimalista, em voz e violão, como na breve turnê que ela realiza no Brasil nesta semana. O Música Pavê esteve no show no Cine Joia, em São Paulo, na primeira de duas noites com lotação máxima na casa.

Logo no início, a artista britânica comentou estar feliz de vir ao país como parte das comemorações dos dez anos de eu primeiro álbum, Is Your Love Big Enough? (2012). O repertório passeou por seus três discos, com um, digamos, carinho especial por esse trabalho de estreia e também pelo mais recente, Lianne La Havas (2020).

Alternando entre violões e guitarra elétrica, Lianne era só sorriso e simpatia, expressando gratidão por estar no Brasil em vários dos intervalos entre as faixas e encaixando “São Paulo” no meio de suas letras. Mostrando o quanto está à vontade entre brasileiros, ela recebeu, para surpresa do público, Mestrinho e sua sanfona no palco. E, “para deixar esse momento ainda mais especial”, em suas palavras, Pretinho da Serrinha e seu pandeiro fizeram as vezes de percussão em algumas das músicas. “Minha nova família”, ela disse, se referindo também a Luciane Dom, que abriu o show.

“Maravilhosa”, como a plateia insistia em gritas, e maravilhada com a recepção calorosa neste que foi seu primeira noite solo na cidade (antes, ela abriu para Coldplay em 2016), Lianne entregou suas melodias na força de seu vocal, na sutileza de suas composições e na potência de sua arte.

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