Dazaranha: “Uma vida dedicada à música”
O nome Dazaranha é um dos nomes mais fortes da música de Santa Catarina, e isso não é de hoje. Em 2022, o grupo de Florianópolis comemora três décadas na ativa com Dazaranha 30 Anos, disco lançado pela gravadora Midas Music, com direção do próprio Rick Bonadio. Vitor Kley está no lançamento, após a banda já ter gravado em outros momentos com Jorge Ben Jor, Lenine e Armandinho. Mesmo com um currículo desses, seu som ainda não chegou com tanta potência a outros lugares do país.
“A gente brinca que existem vários ‘Brasis’ dentro do Brasil, né?”, brinca o guitarrista e vocalista Moriel Costa, “cada região tem sua natureza, seu povo, seus dialetos e suas culturas. Eu não vou conseguir falar com um paraense como alguém do Pará fala, e um baiano não vai falar como um manezinho da ilha. Mas é natural que eu goste de uma música do Rio de Janeiro, ou de Pernambuco, porque o que encanta é a sonoridade”.
Falando ao Música Pavê, os integrantes da banda contam que a banda “começou como todo mundo começa, por amor à música, de uma forma bem descontraída, nos encontros da vida que acontecem. E a gente sempre teve uma direção voltada para fazer música própria em uma época em que aqui a música cover era muito forte – e ainda é, ainda tem esse circuito” – nas palavras de Fernando Fernando Sulzbacher, o violinista.
Ele continua: “A gente deu a cara pra bater. Ia a shows de amigos que já tinham um pouco mais de público, pedia pra abrir e, ao invés de tocar covers, tocava ali nossas duas ou três músicas que tinha na época. As coisas foram tomando corpo e ninguém imaginava que estaria aqui, 30 anos depois, com todo esse material lançado e essa repercussão. Praticamente uma vida dedicada à música”.
Gerry, o percussionista, comenta que há grande envolvimento de um público sempre variado – “de crianças aos mais velhos, dos malucos até as patricinhas” -, ao ponto da banda batizar os fãs de “Torcida”. Com este lançamento, existe uma intenção de ganhar mais “torcedores” por todo o país.
“Dazaranha era muito regionalista e passou por esse processo de nacionalização, parando de citar um pouco os nossos lugares, as nossas praias, e tentar encontrar uma linguagem mais nacional, se é que posso dizer assim”, explica Moriel, “nosso objetivo é que todo mundo que ouve e fala português consiga entender e se encantar com nossas músicas”.
“A gente sempre quer que nossa música passe sensações agradáveis”, conta o vocalista, “e que ela encante pela originalidade, pela autenticidade, que gere identidade e as pessoas se sintam representadas pelo som. O que leva uma pessoa a sentir prazer em ouvir uma coisa é o conjunto. A música encanta, assim como a gente se encanta com música japonesa ou de outros lugares do mundo dos quais não entende a letra, mas pira na construção, na textura. É alquimia, né?”.
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