Em Terceiro Álbum, Dayglow Afirma: “O que me importa é a música”

foto por dana trippe

“Eu cresci em uma cidade pequena, não conhecia ninguém no meio da música, e Dayglow é minha tentativa de mostrar às pessoas o que eu consigo fazer. Quero que escutem meu som e pensem ‘olha só, ele descobriu como fazer tal coisa’ (risos)” – foi assim que o norte-americano Sloan Struble contou ao Música Pavê sobre seu projeto musical, que anunciou seu terceiro álbum, People in Motion, para 07 de outubro.

Vem dele o single Then It All Goes Away, que mostra um som mais contemporâneo em relação ao que ele lançou no passado. “É o primeiro disco que eu faço sem tentar replicar uma era ou uma certa sonoridade”, comenta ele, “deixei o meu próprio som fluir, e foi muito legal. Eu não ouvi muita música enquanto fazia esse álbum e não estava tentando necessariamente compor para um novo disco, mas tudo aconteceu naturalmente. Acho que eu estava respondendo muitos dos sentimentos que eu tinha no momento e deixei tudo rolar”.

“Fiz Fuzzybrain (2018) quando estava no Ensino Médio, e não imaginava que eu teria uma carreira como músico”, explica Sloan, “é um disco muito livre, inspirado ali no início do bedroom pop, e na música indie do início dos anos 2000, como Two Door Cinema Club, Phoenix e MGMT. Foi minha tentativa de fazer um disco como eles enquanto adolescente”.

“Em Harmony House (2021), eu estava ouvindo muito yatch rock dos anos 1980. Ele foi minha tentativa de fazer um disco de indie pop, e eu me diverti muito no processo, ele ficou, de certa forma, meio ‘cafona’.
People in Motion é o meu álbum para dançar. É minha tentativa de fazer um disco de música dance guiada por sintetizadores, com uma aparência bem acabada e madura”.

O músico conta também que gosta muito de olhar para esses trabalhos passados e perceber como sua forma de compor e de produzir mudou ao longo dos anos. “Com People in Motion, esse é o som que me é mais natural produzir, sinto que posso fazer música assim por muito tempo, ela combina muito comigo”, comenta ele, “tenho só 23 anos, ainda estou aprendendo o que quero para meu trabalho. Mas acho que esse aqui é o meu som, e devo permanecer por aqui, nesse tipo de sonoridade”.

É interessante notar que Dayglow tem três álbuns em um espaço de quatro anos, uma marca impressionante principalmente em uma época em que artistas investem mais em singles e EPs do que em álbuns. “Acho que é minha tentativa de manter a integridade dessa forma de arte musical”, explica ele, “ser músico hoje em dia é algo confuso para mim. Eu amo música e amo produzir – e, quando digo isso, me refiro ao produto sonoro que você escuta -, mas ser músico hoje tem tantos outros lados: As pessoas precisam se preocupar com o Instagram, com a estética dos vídeos e todas essas coisas. Sei lá, o que me importa é a música. Espero que dê para continuar trabalhando assim e que outras pessoas se identifiquem”. 

“Eu amo fazer música. De verdade, genuinamente, do fundo do meu coração, amo fazer música. É o que eu faço como hobby, o que eu faço como terapia, é como eu canalizo tudo. É uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo, porque eu não posso parar de trabalhar (risos). E eu faço tudo sozinho, o que acho que ajuda meu fluxo de trabalho, sabe? A música só depende de mim no estúdio”.

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