Especial 2021: Os Videoclipes que Marcaram o Ano

Narrativas criativas, visuais impressionantes e ambientações que ajudam a comunicar e expandir os universos das faixas. Em matéria de videoclipe, 2021 foi um baita ano.

Das mais de 470 produções que passaram pelo Música Pavê ao longo do ano, algumas delas já entraram para a história como referência do que o audiovisual fez de melhor no meio da música nesses doze meses. Eis uma lista curada e comentada pela equipe do site.

Acompanhe mais do especial 2021 do Música Pavê

Duda Beat + Trevo – Nem Um Pouquinho

A parceria entre Duda Beat e o rapper Trevo em Nem Um Pouquinho é um dos maiores destaques do CD Te Amo Lá Fora. Em seu videoclipe, com referências futuristas, cyberpunk e num universo paralelo cheio de seres fantásticos, a cantora interpreta sua sofrência de um jeito vingativo e sombrio. A produção visual, que mostra uma face inesperada de Duda, é ainda mais incrível do que tudo o que ela já havia nos mostrado. (Bárbara Barroso)

BaianaSystem + BNegão – Reza Forte

Espiritualidade, resistência, fé e ancestralidade. Foi assim que BaianaSystem e BNegão apresentaram Reza Forte. Um dos videoclipes mais incríveis do ano, lançado no dia de Iemanjá, e com mais seis minutos de duração, traz perdão e redenção de inimigos autoritários, rituais religiosos e cenários verdes e aquáticos, que transportam para a transcendental ligação que existe entre os que rezam hoje e os que rezavam antes. (Rafaela Valverde)

Arlo Parks – Too Good

Em Collapsed in Sunbeams, a cantora, compositora e poeta Arlo Parks mescla R&B e bedroom pop para cantar sobre relacionamentos – “são músicas para quem não tem medo de chorar”. É o caso de Too Good. O clipe, dirigido por Bedroom, em um claro contraste de cores e movimentos, mostra um amor complicado, cheio de nós e reviravoltas vertiginosas. É um empático convite ao diálogo vulnerável que Parks propõe em seu álbum de estreia. (Bruno Maroni)

Jup do Bairro – O Corre

Com direção assinada por Rodrigo de Carvalho, o videoclipe de O CORRE é uma das produções mais bacanas do audiovisual brasileiro dos últimos tempos. Nele, a multiartista Jup do Bairro se divide entre diversos personagens e conta, de forma divertida, detalhes de sua trajetória até os dias atuais, através de fatos que estão muito bem narrados na letra da canção. Destaque para a belíssima direção de arte. (Lili Buarque)

Alt-J – U&Me

Alt-J flerta com elementos surreais em diversos momentos de sua videografia. No clipe de U&Me não é diferente: o espectador encontra os britânicos em uma pista de skate enquanto coisas estranhas acontecem ao fundo, como objetos que flutuam inexplicadamente e uma explosão inesperada. A produção se destaca por resgatar memórias da banda e misturá-las à estética de uma filmagem caseira. (Thaís Ferreira)

Céu – Chega Mais

Céu tinha tudo para poder desacelerar, sendo um dos nomes mais consolidados de sua cena e referência para novos artistas. Mas eis que surge o clipe Chega Mais para carregar a canção de Rita Lee em um novo contexto e a artista, mais uma vez, se supera. De cenários tão banais, a ação se faz extraordinária, e mesmo um boteco marginalizado vira umlocal sexy para Céu e o seu interesse amoroso entrarem na dança. (Rômulo Mendes)

Terno Rei – Medo

Chega a ser simbólico um clipe com tamanha sensação de liberdade ter sido lançado no claustrofóbico ano de 2021. A dupla de diretores Vira-Lata despiu os atores e nos presenteou com uma sequência de takes de tirar o fôlego. São cenários lindos filmados em película de 16mm – processo quase artesanal. Não à toa, a produção durou mais de um ano e meio. A obra transborda sensibilidade e bate como um carinhoso abraço. (Nuno Nunes)

Menção Honrosa: Fran + Carlos do Complexo + Bibi Caetano – Visceral

Um curta metragem de ficção-científica com emoções palpáveis e interpretação livre. Visceral faz sorrir e aperta o peito ao mesmo tempo, com uma história de abduções em um cenário tropical. Da câmera que não tem medo de se aproximar dos protagonistas a atuações muito sensíveis, passando lindamente por uma fotografia ímpar, o vídeo nasce pronto para ser referência ao longo de toda a década. (André Felipe de Medeiros)

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