Cinco Discos que Provam como o Pop Brasileiro Vive Um Grande Momento em 2021

Sofrências, romances e sonoridades dançantes ou melódicas são uma fusão indiscutivelmente inevitável e certeira. Em rápidas palavras, essa fórmula foi apresentada inicialmente na década de 1950 nos Estados Unidos e Reino Unido, a chamada pop music. Devido à ótima receptividade, o padrão foi repetido múltiplas vezes desde então, adquirindo novas formas, estruturas e configurações. 

Falar sobre o estilo no Brasil é ainda mais fascinante e significativo, já que, em solo nacional, o gênero ganha desdobramentos impressionantes a partir das brasilidades trazidas às canções. As músicas exteriorizam uma identidade original com combinações representativas e viscerais. 

Em 2021, o gênero alcançou o auge com experimentações memoráveis por conta de novas propostas melódicas, identidades artísticas reinventadas e combinações sonoras radiantes em discos icônicos. O que o pop brasileiro viveu neste ano não pode e nem deve ser esquecido tão cedo. Se os álbuns abaixo não são os únicos responsáveis por este momento esplêndido da cena, são prova de que 2021 foi grandioso para o estilo.

JãoPirata

Jão é um dos principais nomes do pop brasileiro desde o lançamento de LOBOS (2018), disco de estreia da carreira, o qual carrega os dois grandes hits Vou Morrer Sozinho e Imaturo. Conhecido por uma sofrência carregada, o artista sempre se despiu das vulnerabilidades em meio aos sons dançantes; e Pirata, seu terceiro álbum de estúdio, confirma a identidade musical do cantor.

Com o novo projeto, Jão consegue se renovar dentro da própria discografia, apresentando uma perspectiva mais otimista em relação aos amores – um discurso que soa como ‘está tudo bem não estar tão bem.’ Esse novo momento também é marcado por uma sonoridade ainda mais dançante, com fortes referências da música eletrônica. 

Marina SenaDe Primeira

Uma das surpresas mais incríveis da música brasileira em 2021 foi a estreia solo da cantora, que, “de primeira”, apresentou um trabalho completamente fascinante e original. As combinações melódicas de pop e brasilidades ganham a identidade excêntrica da artista e são apresentadas em um formato autêntico e genial.

Marina Sena se jogou nas líricas sobre relações – de amores e fim de relacionamentos ao amor-próprio e empoderamento. Com refrões marcantes, sonoridades excepcionais e a voz potente da cantora, De Primeira é uma obra-prima do pop brasileiro e, arrisco dizer, uma das melhores estreias brasileiras dos últimos anos; certamente uma inspiração para nossa música.

Duda BeatTe Amo Lá Fora

Se é para sofrer por romances, términos de relacionamentos ou amores não-correspondidos, que seja acompanhado de uma ótima trilha sonora. Te Amo Lá Fora, segundo disco de Duda Beat, atende esse pedido de uma forma grandiosa – e as múltiplas líricas ganham significados mais poderosos a partir da sonoridade original da artista. 

Desde o início da carreira, Duda aposta no entrelaço do pop e brasilidades, propondo uma mescla contemporânea e original para a música brasileira. No segundo disco de estúdio, expande as próprias referências e traz sonoridades mais inusitadas e complexas ao longo de todas as canções.

Pabllo VittarBatidão Tropical

Aclamado também pela crítica estrangeira, Batidão Tropical é o quarto disco de estúdio da igualmente prestigiada Pabllo Vittar. Distanciando-se da proposta do mainstream com aquele pop bem característico, a artista ousou no novo disco e apresentou um conteúdo mais regional, repleto de referências musicais do Norte e Nordeste.

O álbum é composto por três faixas inéditas e seis regravações de hits de sucessos das bandas Companhia do Calypso, Ravelly, Brega.com e Batidão. Nas versões das canções, Vittar traz a própria (e inconfundível) identidade e transborda contemporaneidade – resultando em um trabalho único e ousado. 

Carol BiazinBeijo de Judas

Promissora artista do pop brasileiro, Carol Biazin é um notável destaque do estilo. Seu disco de estreia não apenas marca um início importante para a trajetória da cantora, mas também traz um frescor ao cenário nacional do gênero, com características bastante conhecidas da música pop. 

Embora reviva principalmente as estruturas musicais do gênero, a artista não se prende a ele e, de uma maneira convicta, explora as mais diversas possibilidades sonoras. Brilhantemente, Carol Biazin mescla a musicalidade tradicional do pop com elementos contemporâneos e brasilidades ao longo de Beijo de Judas – uma fórmula certeira e potente.

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