Dicas de Discos do Mês: Agosto/2021
Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.
Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.
Eis as dicas de agosto de 2021.
Marina Sena – De Primeira
Tão extraordinário quanto pop, De Primeira entra para a história da cantora e compositora mineira como o disco de estreia de seu projeto solo. Em paralelo, o álbum deixa sua marca em nosso tempo como mais uma amostra do altíssimo nível da música que é popular e também brasileira. São composições que seriam legais ao violão e ficam melhores ainda com temperos da eletrônica, do funk e até do pagode, em dez faixas com potencial de hit. Marina canta sorrindo e convida o ouvinte pra um verdadeiro carnaval de pouco mais de meia hora. (André Felipe de Medeiros)
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CHVRCHES – Screen Violence
Um synthpop mais denso é a marca desse que é o quarto álbum de estúdio do trio escocês. Screen Violence é um reflexo da nossa relação tóxica com as telas, um filtro pouco eficiente da negatividade externa e, quase sempre, uma porta de entrada para ansiedade, agressão, impunidade. Lauren Mayberry evolui sua voz principalmente como compositora, em letras pungentes de uma potente perspectiva feminina. Todo o resto é coadjuvante – até o convidado de luxo, Robert Smith. (Nathália Pandeló)
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MD Chefe – ATG Tape
Não é novidade que o trap aos poucos vem alcançando voos altos e, assim, aumenta cada vez mais seu público. A cena que vem chamando atenção no segmento é a carioca, carregando suas particularidades e mostrando a ascensão do favelado que, sem pudores, anda sempre trajado das marcas mais caras e ressignifica a ostentação como grito de auto estima. Para mostrar o modus operandi do trap do Rio de Janeiro, nada melhor que o MD Chefe, artista novo que lançou a mixtape ATG Tape, representando o seu life style por meio das letras que não poupa esforço para declarar o seu amor as diversas marcas. O maior exemplo, que ganhou o mundo, é o hit é Rei Lacoste, que lhe rendeu um patrocínio com a marca. (Rômulo Mendes)
Halsey – If I Can’t Have Love, I Want Power
Trent Reznor, Atticus Ross (ambos Nine Inch Nails) e Halsey queriam que este álbum não fosse somente “bom”, mas bom o suficiente para que as pessoas parassem e realmente ouvissem o que as canções queriam oferecer. Felizmente, Halsey atingiu esse objetivo. Cada canção possui uma personalidade própria e exige ser ouvida com atenção. Elas entregam uma história poderosa e, com elas, Halsey provavelmente atingiu o seu melhor trabalho até agora. (Carolina Reis)
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The Killers – Pressure Machine
Pressure Machine parece ser um resgate da essência de The Killers. Não para aquele indie rock que conhecemos dos primeiros álbuns da banda, mas ainda mais fundo. A base de tudo é a origem do próprio vocalista, Brandon Flowers, no estado de Utah. Indo numa direção mais country e genuína do que os últimos álbuns, a banda, no entanto, não esquece a grandiosidade das músicas de arena (vista na música de abertura West Hills, por exemplo). O disco também marca a importante volta do guitarrista Dave Keuning, além de uma bonita participação de Phoebe Bridgers. (William Nunes)
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Zapatta Prn – Façon
Um artista situado na Região Leste do Distrito Federal canta temas e situações contemporâneas – partindo de um contexto autobiográfico e em diálogo com o que está ao redor. Esse é o recorte do EP Façon, de Zapatta Prn. Entre o trap e elementos do funk brasileiro, estão as rimas em francês. Rimar em outra língua tem uma camada de subversão e apropriação. Segundo o músico, esse movimento remete aos povos de África que utilizam o francês para demonstrar competência e “reconquistar vários espaços ao longo da história”. (Letícia Miranda)