Um Por Um: Gabriel Garzón-Montano por João Capdeville
O som que queremos ouvir por mais uma década: Ao longo do mês de novembro, o Música Pavê comemora seus dez anos no ar através de uma série especial com artistas que temos acompanhado de perto comentando outros que também amamos. Dessa forma, uma grande playlist vai sendo montada com os sons que apontam para o futuro sendo adicionados um por um.
Um É João Capdeville
Cantor, compositor e produtor carioca, João passeia ora por vertentes de uma música brasileira contemporânea melancólica e densa, ora por estéticas paralelas ao pop latino. Sua jornada o levou de ser um músico munido de violão a um artista com forte predileção por beats, passando pelo duo experimental 2BUNK, com o qual trabalha outras nuances de sua musicalidade.
No Música Pavê: “Dá pra sentir que seus versos, arranjos e interpretação são todos resultados de reflexões sobre perdas, decepções e ofensas, aquelas ideias que só conseguimos ter claramente quando afastados da realidade” (Conheça, 2014)
O Outro É Gabriel Garzón-Montano
Estadunidense de sangue colombiano e francês, o músico explicitou em seu terceiro álbum, Agüita (2020), as diferentes personas que compreendem seu trabalho. Há o cara romântico de baladas arrojadas, o que produz um pop de timbres refinados e também a estética que mergulha no reggaeton envolvente e sempre divertido. Não à toa, ele é favorito de gente como H.E.R., Drake e até Lenny Kravitz.
No Música Pavê: “(…) música de ambientação, para você ouvir com seus melhores fones de ouvido prestando atenção em todos os detalhes que acompanham o vocal cheio de personalidade do cantor (…), o que faz com que cada audição dela venha com aquela sensação de escutá-la pela primeira vez. Chamar de ‘imperdível’ é pouco” (Cinco Músicas Mais Imperdíveis de 2017)
Gabriel Garzón-Montano por João Capdeville
O que Gabriel Garzón-Montano tem de melhor?
Ele foi uma descoberta relativamente recente para mim – e uma ótima descoberta, por sinal. Tudo o que escutei dele até hoje me bateu muito bem. Acho muito interessante como ele insere alguns elementos super marcantes nos arranjos e traz uns caminhos melódicos igualmente marcantes nas composições. Pra mim, ele sempre consegue, a cada faixa, contar uma história de uma forma muito original e objetiva.
O que o som dele te lembra?
Sem sombra de dúvidas, o single Agüita foi o que mais me chamou atenção. Ele é incrível. O ritmo, o pulso que o beat impõe junto à voz e a pegada mais street, sensual e misteriosa do flow. Isso tudo me deixou maluco, no melhor dos sentidos. Achei a parada ‘mais latina’ que ele já lançou e, inclusive, me remeteu a muitos artistas que eu gosto de ouvir, como Residente, Ozuna, Bad Bunny, Rosalía, Cardi B. Depois de Agüita comecei a ver que super faria sentido um feat dele com qualquer um desses nomes.
O que o trabalho de vocês tem em comum?
Esse single também me abriu mais os olhos para enxergar uma linha que dialogasse com o que eu gosto de produzir. Toda essa questão da latinidade rítmica e melódica e do poder que o arranjo anexa à composição. Sem sombra de dúvidas, se eu trabalhasse numa faixa com ele, esses seriam pontos estruturais fundamentais do projeto.
Como seria uma parceria entre vocês?
Seria algo interessante de viver cada etapa da produção. Só a parte da dança eu deixaria com ele (risos)
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