Um Por Um: Djonga por Zudizilla
O som que queremos ouvir por mais uma década: Ao longo do mês de novembro, o Música Pavê comemora seus dez anos no ar através de uma série especial com artistas que temos acompanhado de perto comentando outros que também amamos. Dessa forma, uma grande playlist vai sendo montada com os sons que apontam para o futuro sendo adicionados um por um.
Um é Zudizilla
Rapper gaúcho que tem se mostrado um dos nomes de maior força na cena atual. Radicado em São Paulo, ele tem se associado a grandes criadores do rap brasileiro e esbanja talento e bom gosto, como vimos em seus três álbuns já lançados.
No Música Pavê: “Meu discurso como rapper, como MC, vem dessa relação de ser de um estado extremamente racista e majoritariamente branco, então, a partir desse ponto, já tem todo um discurso diferente da galera que está de um estado com uma incidência muito grande de pretos. Vejo as pessoas assustadas com o que a gente está vivendo no país hoje, mas eu já sou um pouco calejado quanto a isso. Essas opressões fazem parte da cultura do brasileiro, eu já lido com protótipos de Bolsonaro há muito tempo” – Entrevista, 2019
Outro é Djonga
Aos 26 anos, o mineiro Djonga tem sido responsável por alguns dos momentos mais inspirados do rap contemporâneo, transitando entre o meio alternativo e o mainstream com seus versos fortes e muita personalidade. Não à toa, foi o primeiro brasileiro a ser indicado ao célebre BET Hip-Hop Awards, na categoria “Melhor Artista Internacional”.
No Música Pavê: “Articulando mais uma vez ‘a língua dos manos’, o rapper mineiro monta um panorama geográfico e afetivo da periferia. São histórias vividas por Djonga e seus amigos, alguns deles já não mais neste plano conosco – conceito que gerou também uma das capas mais legais da temporada, quiçá do ano. Com isso, Histórias da Minha Área se mostra uma obra completa ao misturar crônicas locais com diversas referências culturais que refletem como vive uma enorme parte da população brasileira hoje” – Dicas de Discos do Mês, 2020
Djonga por Zudizilla
O que Djonga tem de melhor?
Atitude. O Djonga personifica muito bem todos os quesitos pra um bom rapper, mas a atitude dele é uma parada que, além de única, estava fazendo falta na cena.
O que o trabalho dele te lembra?
O massa do Djonga é isso, ele não me lembra nada que já tenha na convencional cena e, ao mesmo tempo, ele me remete muito ao rap da minha cidade. É hardcore pra caralho.
O que os trabalhos de vocês dois têm em comum?
A pauta preta enquanto centro das temáticas. Ainda que não cantemos de/sobre assuntos ou gente preta, o discurso é, primeiro, destinado ao povo preto, e depois ao resto.
Como seria uma parceria entre vocês?
Repleta de representatividade, acidez na poética, flowzão, zoada básica nos playboy e tacada de fogo nos racistas.
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