Dicas de Discos do Mês: Junho/2020

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, começa aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Mês a mês, os pavezeiros indicarão obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de junho de 2020.

Jessie Ware – What’s Your Pleasure?

Jessie Ware experimenta uma voz mais dançante e envolvente para o seu tom melancólico e intimista. What’s Your Pleasure? está permeado por colocações ambíguas e interessantes, seja na sonoridade ou nas letras. A identidade do quarto álbum da compositora inglesa é construída sobre uma estética disco, mas Jessie não se dá por satisfeita. Ela investe em pequenas surpresas ao longo das faixas. A celebração proposta pela cantora vai abrindo portas a cada nova canção. (Letícia Miranda)

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CeeLo Green – CeeLo Green is Thomas Callaway

A arte da capa já denuncia que o conteúdo que vem pela frente está encharcado de nostalgia. E isso acontece na busca que o músico/celebridade/personalidade-multimídia faz de suas raízes musicais. Para isso, ele assume seu próprio nome de nascimento como uma espécie de alter ego (!) para ser um CeeLo Green intimista, humanizado e afinado como sempre – seja em voz, referências ou conceito. Daqueles álbuns para você entrar e passar um bom tempo sem querer sair. (André Felipe de Medeiros)

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Sound Bullet – Home Ghosts

A banda carioca, que antes já havia flertado com a língua inglesa na ótima When It Goes Wrong (2015), assumiu de vez o idioma estrangeiro em seu segundo disco. Mas se você conhece Sound Bullet isso se torna mero detalhe. Home Ghosts soa como uma continuação de Terreno (2017), reforçando a identidade do grupo – expandindo o indie rock, ainda presente em algumas faixas como Dance Tak Dance, para sonoridades mais densas. Um presente para quem gosta de rock puxado pelas guitarras. (William Nunes)

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Run the Jewels – RTJ4

O duo composto por Killer Mike e EL-P lançaria seu quarto disco em 5 de junho, mas ele foi adiantado para o dia 3 devido a intensificação dos protestos contra a brutalidade e o racismo da polícia. Afinal, o álbum traz exatamente o que esse momento pede: Críticas ao mundo com desigualdades, temas reais em batidas pesadas e grandes parcerias, de Zack de La Rocha, Pharrell Williams a – como sempre – Josh Homme. Com certeza, um dos melhores discos do ano. (Lucas Gabriel Bosso)

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Scalene – Fôlego

Scalene é uma das bandas de sua geração que mais produzem – não trocando qualidade por quantidade apenas. Fôlego é um encerramento de Respiro (2019), mas não só isso, ele traz a particularidade de ter sido feito inteiramente na quarentena – exceto Estar a Ver o Mar, balada que já havia conquistado os fãs da banda apenas pela versão piano e voz no Instagram. Assuntos que assombram o nosso dia a dia estão nas letras, ora em tom de desabafo ora como uma tentativa de encontrar refúgio desse caos todo. (William Nunes)

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HAIM – Women in Music pt.III

Ao longo de treze músicas (e mais três faixas bônus), Danielle, Este e Alana mostram como desenvolveram sua musicalidade desde Days Are Gone (2013). Com mais confiança e menos pose, a banda entrega um disco pop por excelência, com mais força e inspiração que seus (já muito elogiados) dois discos anteriores, dando ao público os melhores momentos de sua carreira até agora. Tente não cantar The Steps por horas, ou mesmo dias, depois de escutar o disco e entenda que estamos diante de um lançamento gigantesco. (André Felipe de Medeiros)

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