Dicas de Discos do Mês: Março/2020

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, começa aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Mês a mês, os pavezeiros indicarão obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de março de 2020.

Djonga – Histórias da Minha Área

Articulando mais uma vez “a língua dos manos”, o rapper mineiro monta um panorama geográfico e afetivo da periferia. São histórias vividas por Djonga e seus amigos, alguns deles já não mais neste plano conosco – conceito que gerou também uma das capas mais legais da temporada, quiçá do ano. Com isso, Histórias da Minha Área se mostra uma obra completa ao misturar crônicas locais com diversas referências culturais que refletem como vive uma enorme parte da população brasileira hoje. (André Felipe de Medeiros)

Childish Gambino – 3.15.20 

As faixas de 3.15.20 seguem um fio condutor: a trajetória musical de Donald Glover sob o pseudônimo Childish Gambino – uma miscelânea de sons e bases eletrônicas remetem a outros discos do artista. Permeado de experimentos e dinâmicas sonoras o percurso e a sequência importam, no entanto, isso não impede que os ouvintes se aventurem de forma livre pelas músicas. Ao lado de Ariana Grande, 21 Savage, Ink e Khadja Bonet, Gambino entrega um álbum enigmático e excêntrico que intriga pela sua mistura e desdobramentos. (Letícia Miranda)

J Balvin – Colores

J Balvin pode ter lançado um bocado de singles de seu quinto disco há meses, mas foi agora que tudo fez sentido nesse arco-íris que é Colores. O que poderia ser uma salada desconexa se provou um universo em que cada faixa, batizada com o nome de uma cor, complementa a próxima. O trabalho traz Balvin mais confortável na sua posição de grande embaixador do reggaeton mundo afora – tudo isso em menos de 30 minutos. (Nathália Pandeló)

Bad Bunny – YHLQMDLG

Principal expoente do reggaeton porto-riquenho na atualidade, Bad Bunny teve o álbum de estreia, X 100pre (2018), antecipado pelo sucesso estrondoso de I Like It (com Cardi B e J Balvin). Após o primeiro trabalho e uma parceria com Balvin lançada em 2019 (Oasis), ele está de volta com uma coleção de canções que mesclam influências de R&B, hip hop e trap. Sem pressa (e ao longo de mais de 1h), Bad Bunny passeia por amores e desamores e prova porque deixou de ser uma promessa  há tempos. (Nathália Pandeló)

Pearl Jam – Gigaton

Foram 7 anos de espera até o lançamento de Gigaton, o novo álbum de Pearl Jam. Embora as turnês tenham continuado, grande parte do público se perguntava o que poderia vir de Eddie Vedder e companhia depois de tanto tempo. O fato é que Gigaton não decepciona. Se o primeiro single, Dance of the Clairvoyants, trouxe uma nova sonoridade, o trabalho como um todo mostra que Pearl Jam ainda baseia sua força no rock clássico, nas guitarras distorcidas, no som pesado da bateria e na voz singular de Vedder. Um disco para deixar o fã de longa da banda feliz com a volta.  (William Nunes)

Curta mais de: Djonga | Childish Gambino | J Balvin | Bad Bunny | Pearl Jam

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