Terno Rei e Um Ano de “Violeta” no Mundo
“É muito engraçado ver como uma música é durante a gravação e depois, quando ela sai, como a galera responde” conta Bruno Paschoal, da banda Terno Rei, ao relembrar este primeiro ano de vida do álbum Violeta (2019). A terceira obra em sua discografia já entrou para a história como um ponto de virada na carreira do quarteto, tendo expandido sua popularidade e firmado o grupo como um dos mais queridos de sua geração.
“Terno Rei já tinha um certo público que se identificava com nosso som, mas Violeta mudou tudo da água pro vinho e atingiu uma galera totalmente nova. Tem gente de 12 e de 50 anos no show, tem umas tiazinhas filmando com o celular, acho mor brisa (risos)”, disse o guitarrista e vocalista ao Música Pavê, “gosto de ver que o público não é só de pessoas parecidas com a gente. Esse disco deu uma democratizada. A gente saiu um pouco de uma bolhazinha indie e chegou a uma nova parcela de gente”. Ele explica que, ainda assim, “comparado a outras bandas, nossos números de streaming nem são tão altos. Mas, na hora do show, acabam todos os ingressos. A galera que gosta cola sempre no show, troca ideia, compra o merch”.
Essa “presença” é reflexo de uma conexão forte que as pessoas têm com seu som. “Recebemos muita mensagem de gente falando que estava passando por vários problemas e o disco trouxe uma mensagem positiva e ajudou em momentos difíceis da vida”, comenta Bruno, “a galera se abre mesmo. Fico feliz de ver isso acontecer”.
“Ale [Sater] escreve sobre o que ele sente mesmo, aquilo é tudo muito verdadeiro. Ele é um cara muito reflexivo sobre a vida, então as músicas acabam vindo com uma carga emocional mais forte, com letras subjetivas. Não cantamos sobre ‘fazer farra’ porque esse não é nosso DNA, não tem como forçar. Nosso som é mais introspectivo porque sempre tentamos seguir o que estamos sentindo no momento, as referências do que estamos ouvindo. E nunca fomos muito festeiro, acho que nunca vamos ser (risos) “.
Tendo excursionado boa parte do Brasil com a turnê de Violeta, Bruno conta que “as músicas cresceram muito ao vivo, algumas se tornaram mais especiais do que eram na época do estúdio. Boa parte dos arranjos do disco foram feitos no estúdio, então as músicas foram tomando novos rumos em relação à pré-produção. Depois que a gente foi aprendendo a tocá-las ao vivo e montando o show, então foi uma surpresa pra gente ver como elas se desenvolveram. E tá bacana de entregar esse disco ao vivo”.
Desde o show de lançamento no Z (São Paulo), Terno Rei passou por locais e dimensões bastante diversas, de palcos modestos a grandes festivais. Desses eventos maiores, dois desses estão no calendário da banda para as próximas semanas: A edição paulistana do tradicional festival Se Rasgum (13 de março, no Tropical Butantã) e o cobiçado Lollapalooza Brasil (no qual a banda se apresenta no sábado, 4 de abril).
“Os shows mais quentes, para mim, são os menores, fica uma coisa mais próxima, uma energia mais forte”, comenta Bruno, “em festival, é outra vibe, mas é sempre bastante divertido, porque o pessoal tá na farra, né? Mas sempre tem também aqueles que querem um som mais suave. E nós atendemos bem esse público”
Antes dessas datas, Terno Rei lançará uma parceria com o trio Tuyo. Pivete, a primeira colaboração das duas bandas, sairá sexta agora, 06 de março. “Eu fiquei bem satisfeito com a música”, comenta Bruno. “a gente fez a produção com o Gianluca [Azevedo], que trabalha com eles. Tem beat eletrônico, ficou com uma estética mais moderninha que o Violeta, mas ainda tá com a nossa cara. Foi uma novidade que curtimos muito e que devemos ter em mente quando formos trabalhar nas músicas do próximo disco”.
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