Papo Rápido com Ryley Walker
Ryley Walker é um desses músicos de talento admirável para compor e tocar músicas que atravessam estilos dentro daquela liberdade autoral que a gente tanto gosta. Do tipo de artista que parece que conseguirá tirar algo muito positivo de qualquer projeto que se meta a fazer.
Seus projetos variam de um som folk pomposo à la Nick Drake a experimentações com a guitarra em um ambiente de improviso. Entram no currículo diversas parcerias e até regravações de Dave Matthews Band – versatilidade não está em falta por aqui.
Ele foi uma escolha certeira para a programação do Balaclava Fest*, que acontece no domingo (13) em São Paulo (na Audio). Dias antes de desembarcar no país pela terceira vez, ele trocou um email com o Música Pavê respondendo algumas poucas perguntas sobre este momento em sua carreira.
Em tempo: Ryley Walker se apresenta também em SP nesta quinta-feira, em noite no Breve ao lado do também extraordinário Ale Sater (Terno Rei).
Música Pavê: É sua terceira vez no Brasil. Você já sabe o que esperar do seu show no Balaclava Fest ou acha que pode ser surpreendido?
Ryley Walker: O Brasil é um país lindo cheio de gente inteligente, animada e linda. Gente cheia de vida, cheia de paixão. A energia é diferente de qualquer lugar do mundo. Estou empolgado pra sair à noite para dançar.
MP: Você diz ter crescido ouvindo Caetano Veloso. Ter visitado o país mudou a maneira com que você via o Brasil antes?
Ryley: Amo Caetano. Meu herói. A única coisa que mudou foi meu desejo de ver ainda mais! Quero visitar todas as cidades!
MP: Dave Matthews Band acabou de tocar no Brasil. Como o projeto The Lillywhite Sessions surgiu? Como a banda impactou seu trabalho?
Ryley: Fui criado no meio dos Estados Unidos, onde ele era uma grande estrela pop no rádio, eu ouvia sempre. O projeto foi ideia de um amigo meu. Nós percebemos que seria legal gravar material raro, ou nunca antes lançado. Por um lado, é absurdo. Mas nós levamos muito a sério.
MP: Você sempre faz muitas colaborações com outros artistas. Qual é a importância de dividir o palco ou o estúdio com outros músicos? Quando você aprende com essa experiência?
Ryley: A colaboração é essencial para meu processo criativo. tenho tantos amigos talentosos que me ensinam tanto. Sem a direção deles, eu não teria chegado a lugar nenhum. Sou muito fã da música dos meus amigos.
MP: Sua discografia traz muitos lançamentos ao longo de um período relativamente curto de tempo. Como é para você ouvir seus primeiros trabalhos?
Ryley: Raramente ouço discos velhos. Lembro deles em diferentes pontos da minha vida. Os álbuns são como uma máquina do tempo para mim. Eles me levam de volta a lugares e épocas, tanto bons quanto ruins.
MP: Parece que você começou com uma estética sólida no primeiro álbum e tem se dado cada vez mais liberdade ao longo dos singles e álbuns. De onde vem isso?
Ryley: Mudar de um som baseado no folk para algo mais experimental, mais free jazz, sempre foi meu objetivo. Alargar as possibilidades é sempre uma prioridade. Eu amo a tradição, mas gosto ainda mais de quebrá-la.
MP: Por último, conta o que você preparou para o show no Balaclava Fest?
Ryley: Para o Brasil, o setlist mais louco e psicodélico possível! Vou levar [músicas com] muita energia para combinar com a do público.
*O Balaclava Fest acontecerá neste domingo, 13 de outubro, em São Paulo (Audio – Av. Francisco Matarazzo, 694 – Barra Funda). Além de Ryley Walker, o festival terá Elza Soares, Kelela, Battles, Shame, Papa M, ÀIYÉ e Boogarins. O ingresso, à venda no Ticket360, pode ser adquirido na promoção 2 Amigos (dois pelo preço de um).
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