MP Seleciona: Dez Capas de Disco de Destaque em 2017
Não julgamos um disco pela capa, mas avaliamos a arte que acompanha um álbum sempre que a vemos em um disco físico ou ali no cantinho do seu player favorito.
Dentre tudo o que ouvimos em 2017, algumas delas se destacaram pela originalidade, pela beleza ou por como conseguiram traduzir o conteúdo do disco. A equipe Música Pavê, então, elegeu e comentou as capas que marcaram o ano, apresentadas aqui sem ordem específica.
Far from Alaska – Unlikely
Não só com a capa, mas também em materiais de divulgação, Far From Alaska soube explorar muito bem o conceito do seu segundo disco. Para o ouvinte, a arte da capa deixa claro que o que se tem em mãos não é apenas um disco de rock, no mais puro sentido. O uso das diversas cores remete ao lado mais pop que a banda empregou ao trabalho, fugindo um pouco do que foi visto em modeHuman. (William Nunes)
Gorillaz – Humanz
Aproveitando o legado para o repertório popular que The Beatles deixou com a arte de Let It Be, a banda de Damon Albarn e Jamie Hewlett colocou seus integrantes/personagens em quatro imagens fechadas que preenchem todo o campo visual. Brinca com a cultura pop e com o conceito de um lado, digamos, “humanizado” dos primatas. (André Felipe de Medeiros)
Taylor Swift – Reputation
É o carão em evidência, as tipografias e o preto e branco que remetem ao jornal e o nome Taylor Swift repetido à exaustão – não tinha como deixar o conceito de Reputation mais claro em uma arte. (André Felipe de Medeiros)
Castello Branco – Sintoma
Uma capa extraordinária, pois cumpre com esmo seu real objetivo: Ser um espelho (como nas palavras do próprio músico, um espelho do universo, da reflexão do atual momento planetário). Nada mais que um tiro certo então trazer um tom acinzentado, perto de uma certa clareza, que, sendo assim, nos remete à essa sensação de reflexo. E, para brincar com isso, ainda há uma imagem do músico quando criança. Uma capa que convida à reflexão, como tudo o que Castello Branco faz. (Lucas Gabriel Bosso)
Thundercat – Drunk
É aquele quê de algo antigo, uma certa irreverência e uma liberdade criativa aparente que marcam o (incrível) disco que o músico norte-americano lançou no comecinho do ano. Sua capa, veja só, carrega as mesmíssimas características – e ainda consegue chamar atenção por si só pelo olhar que estampa. (André Felipe de Medeiros)
Harry Styles – Harry Styles
Despido e encolhido, foi assim que Harry Styles se apresentou na capa do seu primeiro disco solo. Apesar de não ser um conceito muito original, a fotografia conseguiu capturar a essência do que se tornou um dos grandes trabalhos do ano. Longe de seu One Direction, agora o cantor está por conta própria e, aos poucos, se revelando ao mundo da música. (William Nunes)
Stormzy – Gang Signs & Prayer
O rapper inglês de ascendência ganesa faz sua própria versão da Última Ceia de Da Vinci de forma tão marcante que historiadores discutem a simbologia da foto. Em meio à gangue do título, ele surge como o salvador – não sem antes ser traído por um Judas infantilizado, em referência à perda da inocência. (Nathália Pandeló Corrêa)
Otto – Ottomatopeia
Uma moldura branca demarca o espaço de cor do quadro, um Otto de costas contemplando uma paisagem sob grande tratamento de cor – um quadro Romântico do século 21, com refinamento e estética contemporânea nas medidas certas. (André Felipe de Medeiros)
Phoenix – Ti Amo
A arte do mais novo trabalho da banda francesa consegue transparecer tudo aquilo que o disco representa: Uma fase mais alegre, despojada, indie pop, gostosa e dançante. Ela nos remete a um grau de leveza, como no tom desse azul, que, se você bater o olho de relance, pensará que viu um céu, mas basta olhar novamente pra ver a simplicidade de uma parede e suas marcas. A simplicidade está também nome da banda e do álbum escrito a giz nessa parede, com um coração em seu redor. Nada padronizado, feito de forma simples mesmo, com o nome saindo do coração, exatamente como encontramos em muros por aí. Representa muito bem essa fase nova da banda. (Lucas Gabriel Bosso)
Moses Sumney – Aromanticism
Alguns dos momentos mais emocionantes de 2017 estão neste disco, cuja capa traz o mesmo nível de contemplação das músicas, só que com ainda mais estranhamento. Mais do que comunicar uma mensagem concreta, a arte prefere colocar o ouvinte no grau certo de abstracionismo para acompanhar as canções com a voz, interpretação e alma do cantor. (André Felipe de Medeiros)
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