Sinta o Pulso: Monique Maion, a vizinha

Estava eu a trabalhar no mundo em que reinam as teclas, o sistema binário, o ar condicionado e os coc-cocs das salto-alto quando, à caminho de uma reunião, vejo a quarta edição da revista OE (iniciais do nome Outro Estilo) jogada em uma das escrivaninhas. “Capa interessante”, pensei. Aproximei então os olhos para ler o que trazia a imagem e li o título da matéria principal: No compasso de Monique Maion. Jazz, Sensualidade e Bukowski. Parei por alguns instantes, sorri e falei baixinho: “Monique Maion?”.

Monique era minha vizinha de infância, numa rua sem saída e próxima ao Pico do Jaraguá. Éramos colegas de aula de inglês, de molecagens da rua, do vôlei, do joelho ralado, do campinho, do gira-gira, das Ludimilas-Deboras-Marilenes-Fabianas- Bels-Carolzinhas-Julianas-Willies-Vanders-Pastelarias Brasileiras-Adegas Pilekinho-FestasHalloweenWizard etcéteras. Que engraçado lembrar disso. Ela era uma amiga engraçada, que curtia rock e foi quem me apresentou The OffSpring e Metalica. Teve aulas de teclado com a minha mãe, tinha várias irmãs e uma cadelinha de pelo claro. Depois que minha família se mudou de bairro, fiquei muitos anos sem escutar da família Maion. Tempos depois, foi interessante saber pelo Orkut que a garota do rock havia virado cantora underground, chegada do jazz e do blues. Ainda mais surpreendente foi achá-la na matéria principal de uma revista alternativa, toda vestida de seu atual personagem. Curioso também que, na gravação do clipe do Leela (a qual nós do Música Pavê acompanhamos e publicamos aqui no site ) não é que Bianca Jhordão (vocalista da banda) comentou informalmente comigo no meio da entrevista que conhecia a Monique. Dei risada achando tudo muito legal!

Então, aqui está minha homenagem a um passado em comum, à gente que ousa endoidar a vida e colorir tudo. Gostei de saber do seu sucesso, Monique. Parabéns!

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