Conheça: As Bahias e a Cozinha Mineira
Em um ano de doze meses, 52 semanas, 365 (ou 366) dias, 8.760 horas, 525.600 minutos e 31.536.000 segundos surgem incontáveis novidades na música . Algumas se perdem nesses números, outras são pontuais e voltam periodicamente e poucas permanecem dando ritmo a uma nova cronometragem.
As Bahias e a Cozinha Mineira faz parte do seleto grupo de revelações que demonstram fôlego para embalar fones de ouvidos por muito tempo. Formado por Assussena Assucena (voz), Raquel Virgínia (voz), Rafael Acerbi (guitarra e violão), Rob Aschtoffen (baixo), Carlos Eduardo Samuel (piano e teclado), Vitor Coimbra (bateria) e Danilo Moura (percussão), lançou em 2015 o disco Mulher. As treze faixas ganham cada dia mais repercussão na cena autoral pela ousadia das composições costuradas e extremamente bem escritas e, é claro, pelo delicioso som que é preparado em uma cozinha intercambista que mistura dendê com torresmo.
Assussena e Raquel, as “Bahias”, são mulheres trans e cantam questões de gênero acerca do “o que é ser mulher” nas entrelinhas das músicas que não se delimitam e também caminham por outras discussões. Outro mérito é o casamento surpreendente entre instrumental e vocal. A performance do grupo é um tempero especial que dá gosto na medida certa.
De Uma canção pra você (Jaqueta Amarela) a Apologia às Virgens Mães, passando por Josefa Maria, o álbum é finalizado por Reticências. Coincidência ou não, esse nome diz muito sobre o trabalho de uma banda que fez de 2015 um ano mais gostoso e que promete continuar com vigor, genialidade e doses duplas de êxtase musical e representatividade.