No Palco com Baby do Brasil

Durante este ano, tenho tido o privilégio de tocar com Baby do Brasil em minha banda Quebra-Cabeça, composta por filhos de músicos dos Novos Baianos e amigos de nossos pais. Semana passada tocamos na Virada Inclusiva, no Anhangabaú, e mais uma vez me surpreendo com a voz e presença de palco da Baby. Ela começou sua carreira no fim dos anos 60, sendo parte integrante da primeira fase dos Novos Baianos, junto de Galvão, Moraes e Paulinho. Durante os anos 70, gravou vários discos com os Novos Baianos até iniciar sua carreira solo.

Infelizmente, existem poucos registros disponíveis em vídeo da carreira dos Novos Baianos e Baby, mas dois shows são marcantes em sua carreira (e são os meus favoritos): o show de 1980 no Festival de Jazz de Montreux e o show de 1985 no Rock in Rio. O primeiro apresentou Baby e Pepeu para uma audiência exigente que estava acostumada com Jaco Pastorius, Santana, James Brown e todos os grandes músicos que passam pelo festival. Baby e sua banda, composta pelos músicos dos Novos Baianos, fizeram um show perfeito, na época ainda dividindo o palco com Pepeu (que também fez um show sensacional). Essas duas apresentações ainda não foram lançadas em DVD, mas o Montreux Jazz Festival já tem eles prontos em HD para distribuição comercial.

No Rock in Rio, outro show fantástico. Baby e Pepeu entraram no primeiro dia do evento, antes de Whitesnake, Iron Maiden e Queen. Grande parte do público estava esperando por essas bandas, mas Baby, Pepeu e seus músicos conseguiram dominar o palco e agradar o público presente com temas carregados de guitarras e percussão. Baby, grávida, interpretou algumas das músicas presentes no repertório de Montreux mas com mais energia, até pelo tamanho do público presente: 250.000 pessoas.

Por anos, assisti aos vídeos e admirava sua presença de palco e voz, mas tocar com ela no palco e presenciar isso da bateria é bem diferente. Baby é como um maestro, que guia os músicos para tocar o melhor possível, ela consegue criar diferentes climas e intensidades nas músicas, com muita liberdade, improvisando por diversas vezes, surpreendendo os músicos e a platéia constantemente. Tocar com ela é uma experiência incrível, ainda mais para um fã, como eu.