De Terráqueos a Marcianos: Capítulo Um
##Música Apenas com Acordes
Se você abrir as revistas de tecnologia ou de comportamento do século 21, irá se deparar com muitos artigos sobre a mudança drástica que a indústria fonográfica sofreu (e sofre) com os novos aparatos do Novo Mundo Musical. Ou seja, é bem fácil de ler coisas desagradáveis sobre diminuição de venda de CDs, dos preços abusivos dos festivais e shows no Brasil, ou até mesmo da “prostituição” de bandas brasileiras para com a língua inglesa. Enfim, são inúmeros tópicos levantados hoje acerca da música.
Todavia, poucos param para analisar o que as novas tecnologias trazem de bom para a música e para o consumidor. Vamos por partes (como diria o famoso Jack Estripador, rá!). No Brasil e no mundo, temos músicos talentosos surgindo a cada minuto, a cada segundo e espalhando os vídeos pelo YouTube, pelas redes sociais, pelos blogs, pelos sites (como o Música Pavê!) … enfim, por aí vai. Com esta plataforma maravilhosa chamada Internet, um brasileiro de 22 anos, lá de Araras (interior de São Paulo), resolveu gravar uns vídeos no YouTube, propagou a ideia, conquistou fãs de música instrumental e até recebeu convites de patrocínios. Enfim, isso tudo deu força para ele usar a Web como uma das maiores ferramentas para fazer algo diferente – mas não tão diferente hoje em dia: reunir músicos de outros países e gravar uma obra. Intitulado de World Project, Guilherme Bonatto conseguiu colocar o estadunidense Derek Munson e o polonês Michal Wrobel à frente da “banda online”, que tem o intuito de gravar músicas instrumentais e transmitir todo o sentimento para os espectadores. “Pessoas de qualquer parte do mundo, não importando cor, credo ou classe social, tem a sensibilidade para saber o que uma música esta querendo transmitir, como alegria, tristeza, raiva, etc., mesmo se a música estiver em outro idioma”, justificou o garoto de Rio Claro.
Como o World Project carece de músicas com letras, Bonatto tocou em um assunto importantíssimo: a universalidade da música. Simples e fácil, a música é uma arte que pode ser apreciada até por marcianos, basta ter sentimento e verdades imprimidas nas notas e em qualquer batida feita pelos músicos. Esta minha teoria de fato não é só minha, ela é compartilhada por vários seres humanos, inclusive professores de escolas nos Estados Unidos. Depois de gravar a primeira música com três músicos de diferentes países, o World Project foi tema de uma aula em uma escola em Washington, em que professores colocam para os alunos a música como uma ferramenta para a liberdade, para conhecer novas pessoas e ampliar sua comunicação, mesmo quando você não fala o polaco ou até mesmo o inglês.
Fica claro que a música, independente de como é tocada ou falada, é ímpar e se justifica por si só.
World Project – After Rain