Lianne La Havas: Alma de Hoje, Voz Atemporal
Fui conhecer o trabalho de Lianne La Havas só quando seu disco de estreia, Is Your Love Big Enough?, foi indicado ao Mercury Prize, o mais importante prêmio da música britânica. Ou seja, quando me dei conta de sua existência, ela já tinha seu lugar entre os maiores nomes de um dos principais pólos exportadores de música popular do mundo.
Como toda nova cantora inglesa, ela precisou conquistar atenção dentro do patamar que Amy Winehouse e Adele estabeleceram nos últimos anos – um teste nada fácil, mas no qual a londrina passa com louvores, principalmente se você deixar de lado a estratégia de divulgação de seu álbum e garimpar pelas preciosidades colocadas em meio a algumas canções mais bobinhas. Uma delas está logo na abertura, Don’t Wake Me Up.
Don’t Wake Me Up
Produzido por Matt Hales (também conhecido como Aqualung), que co-escreveu parte das músicas com Lianne, Is Your Love Big Enough? é uma obra um tanto irregular, mas não falha em uma coisa: Mostrar o potencial interpretativo e vocal da cantora de apenas 23 anos.
Filha de músicos, ela cresceu vendo sua mãe (jamaicana) tocar com Jill Scott e Mary J. Blige (e se você sabe um pouco de r&b contemporâneo, já entendeu por essa informação que a garota vem de berço-de-ouro) e foi ensinada pelo pai (grego) a tocar o básico de violão e piano.
A miscigenação e a variedade no gosto musical que seus pais lhe ensinaram desde pequena dão a Lianne uma criatividade muito contemporânea que dialoga diretamente com estilos tão tradicionais, como o soul.
They Could Be Wrong
No Room for Doubt (com Willy Mason)
Essas são algumas das preciosidades que disse antes. Elas dividem espaço com algumas músicas bem menos expressivas, mas que acabaram virando single, clipe e trilha de diversas produções por aí e deram uma forcinha para o disco ser tão bem vendido, a ponto de ser eleito o “Álbum do Ano” pela iTunes Store em 2012. A faixa-título, Age e Forget são algumas delas.
Forget
O que todas as suas composições tem em comum é a altíssima qualidade de sua interpretação e um vocal tão bem trabalhado a ponto de tudo soar orgânico, espontâneo. Seja cantando bem baixinho ou soltando a voz de vez, Lianne mostra que nasceu para cantar e a esperança é que seu segundo registro traga ainda mais acertos resultantes da lapidação dessa sua maturidade precoce.
Gone
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